Já estávamos próximos de Juiz de Fora e num primeiro momento a ladeira não nos assustou, mas deve ter sido alguma pegadinha da Gertrudes para nos deixar atentos haha. Porque a essa altura (tão próximo do RJ) já cantarolávamos e apreciávamos a estrada como se nada pudesse acontecer.
Vini parou acostamento, deu ré até um local mais plano para a Gertrudes retomar o folego, acelerou, acelerou, acelerou e nada. Paramos, repensamos nossas possibilidades (aguardar o guincho na estrada ou um caminhão generoso para nos puxar). Depois de um tempinho parados, Vini resolveu tentar novamente e beeeeeem vagarosamente a Gertrudes venceu a subida... ufa.
Sempre optamos por não dirigir por mais de 300kms por dia, ou dirigir a noite, até para evitar riscos. E decidir viajar cerca de 200kms de Barbacena até RJ num dia só e no estado que a Gertrudes estava era assumir um risco, mas não víamos outra opção e seguimos.
A essa altura, toda estrada era muito preocupante. Os pedágios não acabavam e a chuva começou a cair, mas enfim cruzamos a fronteira MG X RJ.
![]() |
A tensão era tão grande que a gente mal conseguia tirar fotos hahaha então seguem algumas da estrada![]() |
Apesar de não ser noite ainda (umas 16h) estava muito escuro e com muita neblina. A subida por várias vezes nos venceu, quando receosos e com toda a paciência do mundo encostávamos,
deixávamos os carros ultrapassarem e dávamos um tempo para Gertrudes recuperar o fôlego. O frio era demais, a tempos não passávamos por esse clima.
Pouco antes do término da subida o fluxo de carros aumentou, e apesar de estarmos em baixíssima velocidade (e literalmente parando o trânsito), insistimos em não parar, pois poderíamos não conseguir seguir.
Apesar da tensão ainda conseguimos apreciar o pouco que conseguimos ver da estrada. Mais a frente, eis o alívio: a descida da serra. Muito bem sinalizada, tem muitas curvas e em um trecho a chuva cessou e conseguimos ver Duque de Caxias – RJ logo abaixo, com aquele montaréu de luzes.
Já estávamos abaixo das nuvens quando, por fim, pagamos o último pedágio (depois de mais de 12 no trecho entre DF x RJ). Tivemos um desfalque de cerca de $150 golpinhos (ou um tanque de gasolina para a Gertrudes). Concordamos que a rodovia era ótima, mas por esse valor merecíamos até um cafezinho a cada cabine que parávamos.
Agora faltava muito pouco até a casa dos pais do Vini, algo em torno de 25 km, e o melhor, em linha reta. Mas um pouco mais à frente a Gertrudes parou. Acabou a gasolina! :O
Três quilômetros depois, Vini chegava ao posto para abastecer, gasolina no galão e na hora de pagar, senha errada!
:o
Depois de duas tentativas, Vini estava preocupado em errar novamente e bloquear o cartão, então conversou com o frentista, que o encaminhou ao gerente do posto.
-Seu moço! Tô vindo lá das bandas de BH, eu moro em uma Kombi e viajo o Brasil, moro aqui (Duque de Caxias – RJ), deixa eu só levar essa gasolina e trazer a Gertrudes até aqui e já te pago?!
- Ok! Vai lá!
- _/\_ Muito agradecido!
E lá foi Vini, voando pôr a gasolina na Gertrudes para voltar ao posto e pagar o moço...divida quitada.
Enfim, pisamos em terras fluminenses tarde da noite e com a Gertrudes e nós três insanos e salvos.