Tínhamos chegado enfim a São Raimundo Nonato...
Já pela manhã, percebemos que demos maior
sorte, porque o posto que paramos tinha água e banheiro limpinhos.
Preparamos o café e decidimos ir ao menos conhecer o Museu do Homem Americano,
rodamos um pouco pela cidade e logo nos perdemos hahahah, parte boa...porque
assim conhecemos a região.
Chegamos ao museu e conversamos na recepção sobre nosso interesse em ser
voluntários no museu/parque e a possibilidade de conhecer as atrações do museu.
Fomos informados sobre a falta de verba para pagar os funcionários e por conta
disso estavam dispensando funcionários, além disso o movimento de turistas
estava bem reduzido. Assim, seria difícil suprir os custos de voluntários e
também acrescentou que o museu não tem programa de voluntários.
Reforçamos nosso interesse em conhecer o espaço, mas a dificuldade em pagar
pelos ingressos.
A recepcionista então nos sugeriu que pagássemos
meia entrada, ufa! Um alivio para nosso bolso que já estava assustado em pensar
no valor de um guia.
Bom, a visita foi surpreendente, todos os
ambientes do museu são bem descritivos, ilustrados, que até pra nós leigos no
assunto foi muito curioso.
Apesar das dificuldades financeiras que o museu enfrenta, o ambiente está bem
cuidado e ainda garante estrutura para receber visitantes.
Após a visita e ainda na saída encontramos
uma guia que conduz grupos à Serra da Capivara, nos informou que o valor
cobrado por dia é de $150.00 por um grupo de até 8 pessoas, logo teríamos que
se envolver em algum grupo ou bancar o valor total para irmos sozinhos.
Ela estava com um grupo que haviam fechado um
roteiro de 6 dias, mas deixou seu cartão conosco caso tivesse contato de outros
turistas em busca de pessoas para compor uma turma.
Aqui a parte que temos que colocar a caixola para
funcionar, precisávamos trabalhar e levantar um dinheirinho.
Saímos do museu e ao lado, Vini quis conhecer
a Fundação Museu do Homem Americano, onde todo o material exposto do museu é
estudado e catalogado, apesar da visita não ser permitida Vini conversou a respeito
do intuito da nossa visita e conseguiu conhecer o espaço e claro saiu de lá
maravilhado com a riqueza de histórias.
Retornamos a cidade e retomamos os contatos
pelo couchsurfing e encontramos o Jacques, com quem já havíamos conversado meses
antes e nos convidou para o almoço com algumas amigas.
Fomos super bem recepcionados, conhecemos
uma galera bacana e após uma prosa já tínhamos um plano de ação...rs. Vamos
vender brigadeiros na praça até conseguirmos o suficiente para pagarmos o guia.
Preparamos os brigadeiros na casa do Jacques e por ali já vendemos os
primeiros, ele então nos levou até a praça e Vini iniciou as vendas, contando
nosso propósito e foi sucesso. Em poucos minutos todos já estavam vendidos, nos
arrependemos de não termos feito mais.
Voltamos ao posto de gasolina e foi só o
tempo de banho e cama, estávamos ansiosos pelos próximos dias.
E os dias que se seguiram foram regados a
novas amizades que super se encarregaram de nos apresentar toda a cidade e suas
belezuras, conhecemos o Canoas e fomos a bordo da Gertrudes, seguindo as
direções da Luana.
Conhecemos os pontos turísticos da cidade com a Sinhá, que também nos
apresentou o babão - uma das frutas tipicas da caatinga - , a roda de capoeira e o bolo mais delícia e simples que
experimentamos por ali.
Provou que tem água no sertão simm.
Infelizmente a água tá baixando, mas resiste mesmo fraquinha.
Ah Silá também nos contou que rolou um movimento pela cidade, existe um grupo no whats e que no dia que chegamos um avisou pro outro que tinha um casal de kombi pela praça e que estavam vendendo brigadeiros, e pra quem pudesse ajudar. Quanto amor!
E por todos esses dias íamos a noite na praça
vender os brigadeiros e contar a nossa história, Vini conheceu 2 guias que se
comprometeram a nos ajudar e eis que numa manhã ainda no posto de gasolina
recebemos a visita do Waltércio – guia que fez a proposta de nos guiar pelo
parque, visto que um turista já havia pago sua diária, mas não tinha o veículo
para ir até lá, daí que entraria a Gertrudes.
Claro que aceitamos!
No outro dia, ainda cedo já estávamos no
local combinado, conhecemos o Stallone que foi o colaborador de nos agregar a
visita ao parque sem custo.
Bom, a missão agora era o destino do Meleca, pois no parque é proibido a
entrada de animais.
Waltércio sugeriu que fossemos até um restaurante de uma amiga, no povoado
próximo a guarita do parque e deixássemos o Meleca por lá, até que retornássemos.
Claro que o Meleca fez aquela choradeira, mas o deixamos.
Direção ao parque, ainda na guarita a taxa de
entrada, novamente com a colaboração do Stallone, a essa altura o Waltércio já
nos orientava quanto ao roteiro que faríamos dentro do parque, íamos com a
Gertrudes até certo ponto e de lá faríamos um percurso a pé.
E assim finalmente iniciamos a visita pelo
parque, na verdade essa visita iniciou à meses atrás quando ainda ficamos
curiosos com uma bolinha verde no meio do Piauí, enquanto olhávamos o mapa.
Pesquisamos um pouquinho e logo começamos a
rumar sentido São Raimundo Nonato, sem ter a ideia de que tudo isso nos
esperava. Com certeza valeu a pena! Tudo o que se vê e que se toca e as
histórias das plantas, dos animais e de tudo que nos cercava enquanto andamos
pelo parque é fascinante, principalmente porque Waltércio foi nos envolvendo
com o ambiente a cada metro percorrido.
Visita concluída, imensamente gratos ao
Waltércio e Stallone que nos proporcionaram realizar um sonho.
Voltamos ao restaurante pegamos o chorão do Meleca, de volta à cidade
extasiados!
Já tínhamos o dinheiro da gasolina para a próxima
parte da viagem, já que a venda dos brigadeiros deu super certo na cidade.
Foi uma cidade marcante para nós, por todas
as pessoas que conhecemos, pelas experiências que tivemos e por termos atestado
que temos a capacidade sim de planejar e executar um sonho.
Com certeza foi possível com a forcinha da
galera que nos incentivou, nos receberam em suas casas, cederam suas camas
rsrs e nos alimentaram, aliás muito bem!
Aqui cabe um adendo hahah, ficamos na casa da
Jéssica e comentamos sobre as tentativas de fazer cuscuz sem a cuscuzeira, eis
que ao irmos embora nos presentou com a dita da cuscuzeira \o/.
Partimos de São Raimundo, já cheios de
vontade em explorar o novo destino.
Íamos sentido Tocantins, mas a estrada seria longa, já haviam nos avisado que
as estradas não estavam em boas condições, mas arriscaríamos.
Pelo caminho, era certo que apesar de muito
bonito, cansa um bucado. Era hora de descansar e paramos na cidade de Canto do
Buriti, procuramos aquela sombrinha e escolhemos um posto de gasolina.
Fizemos um almoço rapidinho, esticamos a rede e soneca, na esperança do Sol
baixar um pouco e continuarmos viagem.
Já descansados levantamos acampamento e
rumamos para Colônia do Gurguéia, onde passaríamos a noite.
Chegando a cidade, uma surpresa era dia de
festejo e uma ótima oportunidade para vendermos os brigadeiros, estacionamos na
praça da igreja e por ali mesmo preparamos os brigadeiros, Vini saiu na missão
de vender e logo já retornou com todos os brigadeiros vendidos. Ufa!
O festejo continuaria nos outros dias e
decidimos ficar mais uma noite pela cidade para aproveitar a oportunidade.
Assim, fomos atrás de um lugar para passarmos a noite.
Encontramos um posto de gasolina, bem próximo do centro que apesar de não
funcionar 24hrs, tinha segurança, banheiro e água. Gertrudes estacionada,
ajeitamos a cama e sono merecido.
Acordamos um pouco mais tarde, até porque a
Gertrudes ficou estacionada na sombra pro nosso alivio.
Em seguida preparamos os brigadeiros, pois no
espaço do festejo teria uma vaquejada próximo do horário do almoço e aproveitaríamos
o fluxo de pessoas.
Chegamos na festa e a tal vaquejada já tinha
acabado, não tinha mais um pé de gente na rua rs.
Fomos no mercado comprar algumas coisas pro
almoço e optamos em procurarmos outro posto para cozinharmos e na entrada a uns
10 kms tinha um outro. Fomos até lá e na parte de trás 2 mangueiras enormeeees
milimetricamente calculadas para uma sombra perfeita.
Água, sombra, banheiro...lindo!
Sem
pressa, cozinhamos, almoçamos e claro esticamos a rede numa tarde propicia para
uma soneca e com um por do sol encantador, antes de voltarmos ao festejo.
Descansados e com brigadeiros em mãos, lá
vamos nós...abordando mesa por mesa, contando nossa história 1,2, 5, 10 vezes.
Um compra porque gosta, outro porque quer ajudar, outro não gosta, mas quer
ajudar, outro quer ajudar e compra para todo mundo...enfim, todos vendidos!
Sem dúvidas esse converse com o pessoal enche o coração de esperança de que
vamos encontrar só pessoas de bem por todo o caminho.
Voltamos ao primeiro posto, ajeitamos a
Gertrudes e enquanto isso o Meleca causava com o caminhoneiro vizinho, e esse
que por sua vez já estava aperreado com o moço do outro lado do telefone que
insistia em dizer que o caminho que ele havia orientado o caminhoneiro a seguir
era muito bom.
Não era não, é uma rodovia beeeem perigosa por sinal. Não tem acostamento, os
carros e caminhões passam um lambendo o retrovisor do outro, fora a quantidade
absurda de buracos.
O caminhoneiro nos contou que quase chegando
a cidade um dos seus pneus estourou nessa rodovia, e imaginamos o perrengue que
ele deve ter passado e que felizmente nada de pior aconteceu.
Logo, se você trabalha com logística e seu motorista diz que a estrada é ruim,
acredite e não confie em google maps.
Bom, prosa em dia, janta e dimdim pra
gasolina já era hora de dormir.
Acordamos cedo preparamos o café e já pegamos
estrada tentando fugir do sol que frita a gente no caminho.
Nessas conversas que vão acontecendo pelo caminho, haviam indicado que conhecêssemos
o poço violeta que ficava no meio do caminho e saímos procurando esse lugar.
Pelo caminho, encontramos a placa de indicação e lá vamos nós!
O Poço fica dentro de uma propriedade privada, entramos e conversamos a
respeito, o rapaz que nos atendeu informou que o poço tem horários específicos para ficar aberto e para abertura fora desse horário é cobrada uma taxa de 5$,
Vini conversou com o moço que se prontificou a abrir o poço.
E em coisa de segundos, um jorro d’água de
uns 10mts de altura, inexplicável aquela visão em meio ao sertão.
Pelo que nos contaram e que lemos a respeito,
o poço foi descoberto por acaso. Pois, na região estavam à procura de petróleo e
eis que surge água.
Há anos atrás o poço jorrava a alturas bem superiores e não tinha um registro,
podia-se ver da estrada.
Aproveitamos um cadinho da água e logo
voltamos a missão da estrada e seguíamos sentido Bom Jesus.
No caminho passamos por Cristino Castro, cidade bem estranha rs, com várias
casas abandonadas, um matagal subindo pelas paredes, outras a venda e outras
para alugar. Ainda bem que passamos de dia, vai que a noite é assombrada hahah.
Enfim, chegamos em Bom Jesus num posto de
gasolina super estruturado, paramos numa sombrinha e começamos a cozinhar, Meleca
começou a causar horrores hahaha. Esse posto tem um movimento grande
caminhoneiros e inclusive uma família ficou observando a gente por um tempo,
até que finalmente a moça se aproximou e pediu uma foto, bonitinha!
Vini aproveitou a parada e foi dar uma
bisbilhotada no carburador, graxa pra todo lado.
Enquanto isso, as pessoas que passavam sempre solicitas e perguntando se precisávamos
de algo, ou se a Kombi estava quebrada. Agradecemos.
Logo depois, um rapaz nos parou perguntou um pouco e comentou que também é
paulista e que hoje mora na cidade com o pai e que ambos têm uma oficina elétrica
no fundo do posto. Conversa vai, conversa vem se ofereceu para nos trazer um
café na manhã seguinte, claro que aceitamos rs.
Pós conversa, bateu aquela vontade grande de
mordermos uma carne hahah, talvez pelo cheiro bão que vinha da churrascaria ao
lado. Fomos a cidade com umas moedas na mão, Vini entra no açougue e diz pro
moço: Tenho essas moedas aqui, o que o senhor pode me vender? Hahaha....o moço
muito generoso deu uns bons bifes. Retornamos pro posto fizemos aquela janta e não durou 30 segundos .
Bom, estávamos num posto e não tinha muito o
que fazer, era hora de atualizamos o blog, mas sem internet.
Talvez tomando uma cerveja na churrascaria eles nos deem a senha, pense que sacrifício
que foi tomar essa cerveja?!
Senha e computador em mãos, lá vai o Vini pra missão de atualizar o blog, claro
que isso se estendeu por todas as horas da noite, internet lenta, muito lenta,
já no início da madrugada missão cumprida.
Já amanhecendo e nós claro preparados pro
café da manhã sugerido pelo amigo eletricista que nunca chegou. Pois é, ainda
tem disso na estrada...kkk.
Bom, horas mais tarde o mesmo moço aparece e diz pra gente não ir embora que
ele estava agilizando um churrasco...churrasco? São 9 da manhã! Sim um
churrasco.
Tá bom, a gente espera e em plena 10h estávamos
num churrasco, com os funcionários do posto, o eletricista e um outro
caminhoneiro que passava.
De barriga cheia, bora pra estrada com pretensão de chegarmos até Monte Alegre
do Piauí, mas não imaginávamos que tinha tanto chão pela frente.
Imaginando que estivéssemos perdidos, paramos
em um bar para nos orientarmos e, sim estávamos no caminho certo, era longe
mesmo de uma cidade para outra.
Enfim chegamos na dita cidade, e não
encontramos bons lugares para estacionar, exceto um posto de gasolina sem
sombra, mas como o sol já estava indo embora optamos em parar por ali mesmo.
Estacionamos naquela areia vermelha, tão fina
que até parecia talco e íamos cozinhar hahaha a cada carro que chegava aquela
poeira subia. Mas, a fome falou mais alto, preparamos algo rápido e enquanto
isso soubemos que na praça da cidade estava acontecendo um festejo. Bora vender
brigadeiros!
Chegamos na praça e estava lotada, quiosques,
brinquedos e missa disputavam o mesmo espaço, VIni iniciou sua missão de
abordar mesa por mesa.
Van ficou com o Meleca que estava alucinado
com tanta gente e os fogos que não paravam, algumas pessoas não entendiam
porque o cão late tanto (porque é um cão?). E para melhorar estava demorando
mais do que o normal a venda. Pouco mais de uma hora depois, Vini finalizou
todos.
Voltamos a Kombi e pensamos e agora vamos ter
que dormir no posto da areia vermelha ou arriscar ir até a próxima cidade Gilbués
a noite?
Conversamos com algumas pessoas que comentaram que estávamos próximos e que a estrada
era boa e que também poderíamos usar o caixa eletrônico.
Realmente a estrada era boa e bem iluminada,
procuramos um posto de gasolina e no primeiro indicaram que não funcionava 24
hrs, indicaram outro, fomos até o outro e também informou que não funcionava 24
hrs, mas que teria segurança a noite toda e que poderíamos usar o banheiro para
uma ducha. E como já estava tarde optamos em ficar por ali mesmo.
Um posto de gasolina bem pequeno, mal tinha
espaço para estacionarmos, mas era bem ajeitadinho e o banheiro limpinho.
Naquela preguiça de cozinhar, Vini foi comer um lanche numa barraca e aí que
caímos na realidade de que era mais fácil ter perdido a preguiça, como as
coisas estão caras!
Já logo arrumamos a cama e dormimos, na manhã
seguinte precisávamos de um caixa do bradesco e começou nossa peregrinação.
Indicaram que seria na avenida principal e ao
chegarmos lá era um posto bancário...ou seja, teríamos problema.
A Van havia perdido o cartão e só conseguiria sacar em um caixa eletrônico com
a biometria.
Andamos mais um pouco e nos indicaram um caixa
eletrônico na próxima cidade, a essa altura já estávamos sem nada, porque toda
a venda dos brigadeiros foi para o combustível.
Seguimos sentido Corrente, a próxima cidade
grande no caminho. Muita estrada e sol depois, finalmente chegamos.
Uma baita cidade mesmo, a princípio estacionaríamos
por ali para fazermos o almoço e esperar o sol diminuir e seguirmos viagem para
a próxima cidade.
Paramos e já procuramos o caixa eletrônico,
ufa encontramos! Já estávamos ficando bem tensos, porque teríamos que abastecer
nessa cidade ou ficar pela estrada.
Ao chegarmos no caixa, sem dinheiro. Como assim
sem dinheiro? Uma moça que chegava comentou que isso sempre ocorre aos finais
de semana e que só abastecem a máquina na segunda.
Nossos problemas aumentaram, sem gasolina e
sem um tostão no bolso. E agora José?
Pensamos e pensamos o que poderíamos fazer. Quem sabe trocar trabalho por
gasolina, ou arrumar algum bico, porque nem o dimdim do leite condensado para
fazer brigadeiro nós tínhamos.
Bom, fomos ao posto de gasolina explicamos o
que estava acontecendo e no primeiro posto o dono não estava e no segundo um
senhor muito simpático, frentista do posto nos orientou a ir até um terceiro
posto e procurar pelo dono que com certeza nos ajudaria ou indicaria uma forma
de sair dessa enrascada.
Lá vamos nós atrás do moço, chegamos a um
posto grande e as margens da rodovia. Procuramos o dono e encontramos o
gerente, situação esclarecida, eis que nos sugeriu uma solução: vão até o caixa
me façam uma transferência e eu os convido para um almoço por minha conta.
Lá vamos no caixa eletrônico imaginando mil e
um problemas, do tipo que não daria certo a transferência sem o cartão, etc.
O Universo conspirou a favor e deu certo,
voltamos ao posto, abastecemos a Gertrudes e aguardávamos pelo almoço, claro!
Comemos, mas comemos tão bem que quem via até pensava que já passamos fome
hahah.
Bom, mas era hora de retomar a estrada depois
de toda tensão que passamos. Mas, antes agradecer ao bom moço que nos facilitou
a vida.
Trocamos histórias, ele nos deixou inúmeras orientações
sobre o Jalapão, como a estrada para a próxima cidade era horrível (Coaceral),
mas que lá conseguiríamos resolver problemas com o banco. Agradecidos,
seguimos.
Bom, a princípio uma boa estrada, mas foi só
virarmos a direita que começou um caos. Cada cratera na pista que cabia um
carro e nas placas várias pichações indicando o descaso com a cidade a frente.
Depois de muitos quilômetros sem nada no
horizonte ou aos lados, avistamos uma fábrica da Bunge e ao lado um posto de
gasolina escrito Coaceral, Vini arriscou dizer que já estávamos em Coaceral,
Van duvidava pois acreditava na indicação de que Coaceral era uma cidade
grande.
Estacionamos e ao conversarmos no posto de
gasolina, sim estávamos na cidade e sim aquilo era toda a cidade, não há
energia elétrica, a energia que tem é de um gerador que funciona a diesel e é
desligado as 22h, não há caixa eletrônico, supermercado, farmácia ou qualquer
coisa do tipo.
Resumindo a cidade, é um posto de gasolina ao
lado de uma grande empresa e fica num entroncamento que dá acesso a inúmeras fazendas,
ou seja, a rodovia acaba ali. Se você seguir vai andar por dentro de fazendas.
Não, a ficha não tinha caído, mas e a
conversa do moço lá atrás dizendo que Coaceral era uma cidade? Pegadinha.
Acalmamos os ânimos, procuramos banheiro e tínhamos. Olhamos em volta e mal se enxergava algo de tanta poeira.
O que faríamos? Não tinha sinal de celular,
não tinha internet, não tinha gasolina, não tinha dinheiro e não tinha onde
procurarmos trabalho.
Bom, por enquanto é isso no próximo a gente conta como desenrolou tudo isso.
Bom, por enquanto é isso no próximo a gente conta como desenrolou tudo isso.
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