Todo esse trampo pra curtir umas cachoeiras :) |
Todas as cachoeiras ficavam em áreas particulares e o acesso era pago com valores exorbitantes, entre R$10 e R$30. Precisaríamos suar, então partimos para uma avenida movimentada.
O primeiro dia de venda foi sucesso. Para cada pessoa que abordávamos contávamos nossos causos e que gostaríamos de conhecer a região, e que para isso precisaríamos desembolsar uma graninha que não tínhamos. Saímos com a bandeja vazia e a causa abraçada por todos,
Após alguns dias nessa pegada entre posto/avenida/posto, nos informamos com um pessoal que expunha trabalhos na praça sobre uma cachoeira de acesso gratuito onde eles se reuniam. A Cachoeira Panteras, para nossa surpresa, ficava ainda mais próxima da cidade do que o posto de gasolina.
Próximo à trilha de acesso, um grande campo de futebol, e uma Kombi estacionada... Seria ali o local indicado pelos amigos da Kombi Sacica, que conhecemos pelo Facebook e nos passou algumas dicas.
E era, uma grande área para estacionar, com sombra, caixa d’agua, mangueira e um grande “banheiro verde” (moitinha mesmo).
Estacionamos e Vini foi logo ver a outra Kombi que estava estacionada. Encontrou Maria, que junto com seu companheiro Lucco viajava com o projeto Viajá y Reite a bordo da Blanquita.
Era o nosso primeiro encontro com outra Kombi viajante, então teríamos muito o que conversar, mas antes, queríamos tomar aquele banho de cachoeira.
Seguimos por uma trilha até a cachoeira. No caminho, que era local de criação dos artesanatos e de lazer da malucada, tinha um pessoal acampado, e o Meleca já estava alucinado latindo para todo mundo.
Chegamos até uma queda e um pequeno poço. A água estava geladíssima, criamos coragem e demos aquele TIBUM. Quando o Vini saiu da água percebeu que perdeu uma de suas lentes de contato. Ficou difícil de ver algo... haha.
Olha essa água! |
Passamos algum tempo por ali tentando nos recuperar no sol e voltamos até o campo de futebol.
O local era ideal para passar alguns dias. No período em que estivemos por lá trocamos altas ideias com o casal da outra Kombi e fizemos até uma noite da pizza, todas preparadas artesanalmente em nossa “Komzinha”. Até fomos convidados a tomar um café da manhã típico argentino, com chapati e chimarrão.
Café da manhã tradicional, com direito a chapati ;) |
Eles nos contaram que iniciaram a viagem a cerca de seis meses e procuravam por trabalho em todas as cidades que estacionavam, além de vender algumas peças que criavam, como carteiras e cadernos. O objetivo deles é chegar ao Alaska, no ritmo tranquilo que só quem está a bordo de uma Kombi entende rs.
Recebemos também a visita do Tadeu, amigo que conhecemos dias antes no Mariri Jungle Lodge, e as conversas sobre elevação espiritual e experiências de estrada iam longe.
Pela manhã, acordávamos com o barulho das araras que sobrevoavam o local em busca de frutos de cagaita, fruta típica do cerrado. Estávamos, inclusive, cercados de frutas: haviam pés de caju, cajuí, ingá, e a própria cagaita, como o próprio nome sugere a consequência de se comer muitas... haha
O campo ficava na rua de trás da avenida principal, então todos os dias, initerruptamente, vendemos brigadeiros. Depois de juntar a grana era hora de escolher qual cachoeira íamos conhecer. Escolhemos a Loquinhas, que ficava a uns 5Km, os quais decidimos percorrer a pé.
O caminho é realmente muito fascinante. Árvores imponentes e algumas frutíferas, o que nos garantiu alguns cajus no caminho, e chapadões monstruosos. Mas, para não perder o costume, a estrada era de uma areia finíssima que parecia poeira, e a cada passo subia aquele poeirão na nossa cara.
Chegando a portaria da cachoeira, Van ficou com o Meleca, já que era proibida a entrada de animais, enquanto Vini foi perguntar e dar aquela “chorada” básica no valor. E funcionou: a entrada caiu de $30 para $18, e até arrumamos uma sombrinha e água pro Meleca.
Apesar do rio incrível, de águas verde-esmeralda e com inúmeras quedas d’agua (umas oito no total), era irreal a ideia de cobrar esse valor para visitação. O lugar é seletivo, explorado como opção de lazer que apenas alguns podem usufruir, já que para muitos o custo torna o local inacessível. Mas, infelizmente, presenciamos muitas vezes no caminho que nem sempre a natureza é de graça.
Cara, porém linda |
Concordamos que por vezes manter a manutenção de um local como esse envolve custo, tempo e dedicação. Contudo, não concordamos com o lucro em cima de um bem natural. A cobrança de uma taxa que minimamente cobrisse os custos seria o ideal.
E claro que esse sentimento influenciou no modo que apreciamos o local. Apesar de muito bonito e bem cuidado não nos impressionou e até nos despertou duvidas a respeito da “naturalidade” do local. Os poços, por exemplo, estavam tão bem desenhados que até pareciam terem sido manipulados.
Enquanto voltávamos da cachoeira para o campo de futebol um carro na estrada se dispôs a nos dar uma carona. Era um casal de São Paulo que largou tudo e resolveu cair na estrada e se mantinham fazendo alguns grafites por ai.
Apesar dos quase dez dias de tranquilidade e descanso, chegara a hora da partida. Como destino, uma vila que ficava ali mesmo em Alto Paraíso-GO, a uns 45Km, a Vila de São Jorge.
Sigo acompanhando cada passo das andanças de vcs amigos... Sucesso sempre
ResponderExcluirAeee Line... que massa, é sempre bom saber que acompanha
Excluirbeijão!
Legal o texto amigos. Agora sim acertaram!!! Hahha
ResponderExcluirÉ muié, foi perrengue mas enfim achamos, e valeu cada dia, inclusive as araras "gritando" logo cedo....haha
ExcluirMuito bom! Conheci estes dias o Blog de vocês e estou adorando os relatos das aventuras. Parabéns!!!!!
ResponderExcluirOlá Ufo! Obrigada, abçs!
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