quinta-feira, 26 de maio de 2016

Ahhh os encantos do Sertão


De novo no trecho, seguíamos sentido Epicentro Marizá. 

Como falamos, assistimos o vídeo do coletivo apresentando o
espaço e ficamos instigados a conhecer. Fizemos contato com Marsha, idealizadora do espaço e recebemos um ok para uma visita.

O Epicentro ficava num povoado próximo, mas que só tinha acesso por estrada de terra, apesar de receosos pela Gertrudes, arriscamos.

A estrada não era lá tão terrível, nada que baixa velocidade não resolvesse.

O caminho até lá já nos deixou admirados, em pleno sertão os vales esbanjavam uma paisagem verde. A nossa frente um rapaz conduzia uma boiada e nos indicou a direção.


Chegamos ao Epicentro \o/


Recepcionados por uma das voluntárias Erica que nos indicou a cozinha, onde todos estariam no início da noite.

Ao estacionarmos a Gertrudes e descermos o Meleca, fomos recebidos por um ganso brabissimoooo...hahah

Rolou uma barulheira de Meleca latindo de um lado e o Ganso gritando do outro, logo em seguida Marsha e Luiz nos acudiram.

Todos já sabiam da nossa chegada, exceto da chegada do Meleca, que de fato foi desastrosa.

Ele e o Ganso (Geraldo) não se deram bem, e no espaço moravam 8 gatinhos...decidimos deixar o Meleca na corrente.

Seguimos para cozinha, onde todos estavam reunidos e apesar de estar escuro pudemos perceber que o lugar nos encantaria, pois havia verde pra onde se olhasse.

E na cozinha, estavam os voluntários, Marsha e Luiz (seu braço direito), rolou uma troca de informações intensiva entre todos, viagens, experiências, próximos destinos e uma sopa revigorante feita pela Marsha.


No dia seguinte, 2 voluntários iriam embora, à medida que um outro casal iria permanecer na casa.

Apesar de ter lugar disponível para dormirmos, preferimos dormir pela Gertrudes, o céu estava convidativo.

Ainda desacostumados, pelo caminho alguns sapos, uns ataques do Geraldo, mas enfim, um banho e cama. Ahhh esse céu!

Na manhã seguinte, apesar de imaginar que estávamos acordando cedo, já se passava das 8h, rs.

Bom, ao acordarmos foi dado o início a uma experiência renovadora, tudo o que foi vivido ali teve inúmeros significados positivos para nós. E apesar de termos chegado cheios de vontade de somarmos, acabamos sendo surpreendidos com tanto aprendizado.

Ora, com a desafiadora Marsha que transformou o espaço em terreno fértil, ou com a criatividade de todas as pessoas que trabalham com ela, ou como o exemplo das trocas entre o Epicentro e a comunidade local dão tão certo que deveriam ser adotadas por todas as comunidades e até com a deliciosa forma de preparar refeições com o que estiver ao alcance dos olhos, logo ali na horta em volta da cozinha.




Apesar de termos tido pouco tempo de interação, pudemos contribuir com um pouquinho, ora colorindo os vasos da horta, na cozinha, ou na construção dos abrigos para mais hortas.


Trouxemos na bagagem conselhos, observações, o privilégio de ter participado de mais uma primavera da Marsha, a alegria de ter compartilhado nossa história com a criançada da escola da região, as prosas infindáveis com todos que por ali também estavam...deixando em nós aquela vontade de voltar.





Aproveitando a indicação de lugares para conhecer, fomos ao Riacho da Caetana, nas imediações do Epicentro.
É uma boa caminhada, bemmm boa aliás, mas o lugar é fascinante. Você caminha por entre paredões, onde antigamente era o caminho do rio.



Passada uma semana, já era chegada nossa hora de partir...só que antes uma despedida rápida das vizinhas Jó e Preta, cozinheiras do Epicentro e aliás mãe e filha.


Aquele abraço, a promessa de voltar e uns mimos de presente para nos acompanhar na estrada, alguns ovos e leite para prepararmos nossa coalhada.

Recebemos um convite da Preta para o último almoço, e claro aceitamos. Enquanto esperávamos a criançada se divertia com uma colmeia recém capturada hahah...mel direto da fonte.


Logo nos esbaldamos em um almoço delicioso, proseamos um pouco e retomamos a estrada...próximo destino Canudos.
Na estrada, aquele sol pra lembrar que estávamos no Sertão rs.

No caminho, já quase chegando na cidade fomos surpreendidos por esse por do sol...


Bom, como nossa imaginação corre solta sobre os lugares que iremos conhecer, em Canudos não foi diferente. Esperávamos uma cidade pequena e pacata, mas fomos surpreendidos por uma cidade bem movimentada, bares e praça bem cheios.
Andamos um pouco, até chegarmos ao posto de gasolina que passaríamos a noite, surpresa pior ainda.

Posto minúsculo, pouco espaço pra estacionamento, ao lado de um bar com música ao vivo, bem no meio da cidade e o pior...sem banheiro. Não tínhamos escolha, ficamos por ali mesmo...e claro dormimos cedo pra noite passar rápido rsrs. 
Pois, no dia seguinte visitaríamos o Parque de Canudos.

Acordamos cedo, tomamos um bom café e fomos conhecer os pontos turísticos da cidade, primeira parada foi o Museu de Canudos, a visita é guiada e a história é contada com fotos e textos bem explicadinhos, há possibilidade de ler livros que abordam a batalha, assim como assistir filmes/documentários. Ao fundo do museu, há uma plantação com a vegetação especifica da caatinga.



Saímos do museu em direção ao balneário que comentaram conosco no caminho, antes de chegarmos lá, claro que nos perdemos. Mas, paramos num lugar lindo rs...


Com uma bela vista, tipo um mirante. Aproveitamos para prepararmos a coalhada com o leite que havíamos ganhado da Jó, que também nos ensinou a preparação.


Coalhada pronta, seguimos de novo ao balneário e que sensação delicia dar de cara com tanta água no meio de tanto calor.



Tomamos um banho, o Meleca também hahah. Também aproveitamos para lavarmos algumas roupas.

Enfim, rumamos para conhecermos o Parque, que fica já na estrada que sai da cidade.

Na portaria, recebemos indicações sobre o trajeto de aproximadamente 6kms e os pontos de parada.

Lá vamos nós a bordo da Gertrudes...que sensação estranha e difícil descrever. É um clima pesado, talvez pelo ambiente inóspito da caatinga ou até mesmo por toda a história que rolou por ali.

Passeamos com aquela tensão de que a qualquer momento ouviríamos os disparos hahah...loucura.

Apesar das boas vindas na portaria, o restante do parque parece abandonado, alguns cenários estavam fechados e não havia comunicado a respeito, o que nos incentivou a dar aquela puladinha de cerca e conhecer por conta o vale da morte.

Numa dessas Vini se depara com uma cobra nos restos de uma construção, quem mandou pular a cerca né?

Os cenários são surpreendentes com placas de vidro das cenas em tamanhos surpreendentes.









Ao final do trajeto, emocionados e arrepiados com tudo, sobrou a reflexão sobre todo sofrimento vivido ali.

Na saída do parque, pegamos mais algumas informações sobre as próximas cidades que passaríamos.

Adendo, fizemos a visita de Kombi, mas imaginamos quem faz todo o trajeto a pé, pois em todo o caminho não vimos um bebedouro, ou banheiro. O que com certeza torna uma visita muito cansativa.

De novo na estrada, rumo a Uauá. Recebemos indicação de conhecermos a cooperativa que trabalha com umbu, fruto típico da região.

Chegamos a cidade, muito ajeitadinha, colorida e limpa. Fomos a loja da cooperativa, pois a cooperativa estava fechada.

A loja só tinha os produtos expostos, bombom, doces e sucos. Sem maiores informações a respeito da cooperativa em si.

Saímos a procura de um posto de gasolina e bem no meio da cidade até tinha, mas não era parada de caminhoneiro e fechava cedo.

Fomos a outro já na saída da cidade, bem grande, espaçoso, mas não tinha banheiro, e sim algo improvisado. Que cenário de terror hahah.

Não tinha luz, a privada estava solta, porque não tinha piso e pra “facilitar” o banho colocaram uns tijolos soltos no chão. Enquanto tomávamos banho os tijolos ficavam virando, e a porta não fechava, pois tinha uma mangueira ligada numa torneira bem no meio da porta e que não saia nem por reza braba.

Enfim, ainda bem que foi só por uma noite. Cozinhamos por ali, demos uma volta na praça e dormimos bem cedo.


Já no dia seguinte, um café caprichado, afinal era dia de comemorarmos mais um ano de vida de Vini e estrada para Juazeiro.

Aparentemente a estrada era boa, até que o asfalto bom se acabou e passamos por alguns trechos em obras, a Gertrudes trepidava e nosso coração só faltava pular pela boca. Apesar de ter sido cerca de 5km apenas, pareceu uma eternidade.

Logo retomamos o asfalto e chegamos a cidade de Juazeiro, infelizmente chegamos de cara no mercado do produtor...uma bagunça, carro, caminhão e moto disputando espaço, uma buzinação sem fim e a gente perdido ali no meio.

Resolvemos ir ao mercado para comprarmos itens pro almoço, na portaria uma taxa de 5,00 e lá dentro quase todas as barracas já estavam fechadas. Foi o tempo de comprarmos umas batatas e um queijinho.

Até andamos um pouquinho pela cidade procurando um canto para estacionarmos, mas a cidade não nos pareceu muito confortável, talvez pela impressão que nos passou na chegada.

Por acaso, chegamos a ponte para Petrolina, ao ver a belezura do São Francisco, não duvidamos que atravessaríamos.



Já do outro lado em Petrolina, até parece que atravessamos um portal hahaha....transito organizado, semáforo, ruas limpas, outro mundo.

Paramos um pouco para apreciarmos o Velho Xico e logo saímos em busca de uma sombra para cozinharmos.




Daí vimos uma placa com a descrição “Bodódromo”, logo pensamos que seria um local perfeito para apreciarmos a culinária local, chegamos até lá e.... olhamos e pensamos deixar pra outra hora. Era uma local com vários restaurantes que pareciam cobrar caro por uma refeição, nossas moedas não conseguiriam pagar tanta chiquiteza.  

E aí a parte ruim de cidade grande, dificilmente se acha uma sombra num lugar tranquilo e pouco mais reservado.

Até que enfim achamos um estacionamento vazio em uma choperia as margens do rio e foi por ali que pousamos para cozinhar.


Enquanto ajeitávamos o almoço, procurávamos alguém pelo couchsurfing para nos receber. E zaz, Carine atendeu nosso pedido...foi o tempo de cozinharmos, comermos e procurar a casa de nossa host.

Próximo de onde estávamos, morava Carine que nos recebeu simpaticamente, nos convidou para um banho e uma merenda no apartamento e até o Meleca nos acompanhou.
Fomos super bem recebidos por toda sua família, irmãs, mãe e namorado...inclusive com bolo, como se já soubessem do aniversário de Vini.


E claro que para não passar em branco rolou um parabéns, uma prosa boa, dicas de lugares a conhecer e a merenda rs.
Até fizemos Carine perder a aula.... =/

Bom, já bem tarde agradecemos a recepção que foi ótima, mas era hora de pousarmos e partimos com a Gertrudes para o posto de gasolina.


Conversamos com o frentista que nos tranquilizou quanto a segurança do lugar e que conta até com segurança no período da noite.

Ajeitamos a Gertrudes e cama...

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Rumando pro Sertão!

E cá estamos novamente...

Após a retirada do motor e fuçada na embreagem, a Gertrudes estava à todo vapor...ou quase, porque pouco tempo depois de rodarmos um pouco, percebemos que o barulho na embreagem permanecia, bem menor mas, estava lá.

Conversamos com o vizinho camarada e ele disse ser normal, ela continuaria andando normalmente. Aliás, afirmou que Kombi só para se não tiver gasolina ou se rolar uma pane elétrica.

Bom, ainda tínhamos que ajeitar todo o interior, retiramos tudo que não nos serviria nos próximos meses, mandamos para SP. E reorganizamos o que nos acompanharia.
Confessamos que depois dessa ajeitada, a Gertrudes ficou um brinco...de banho tomado, encerada, bagageiro pintado, era só cair na estrada.

Mas, antes tínhamos uma vontade tremenda de levar a Gertrudes para dar uma passeada pelo Pelourinho, só não sabíamos se era permitido circulação de carros ou não, resolvemos arriscar.

Andamos um pouquinho, mais um pouquinho e começamos a entrar numas ruas beeem estreitas, com algumas mesas e cadeiras no meio da rua, puxa pra cá, aperta pra lá e de repente Gertrudes no coração do Pelourinho...hahahah.



E um pouco mais tarde propicio uma despedida com os amigos que fizemos por Salvador na casa de Maicon e Guadalupe (Projeto Otra Kombi), e  com a presença também dos amigos Marcos e Nath (já estão com a sementinha da Kombi plantada rs).

Rolou umas trocas de figurinhas sobre as kombis, algumas ideias de roteiros e aquele desejo lindo de uma estrada para todos.



No dia seguinte, ajeitação de um lado, de outro e ainda de madrugada, era chegada a hora de retomar o vento na cara para nós e para os pais da Van de retornar para SP. Deixamos eles no aeroporto, com a promessa de passar por SP em breve.

E nessa despedida herdamos o Meleca, dog que nos acompanharia até nossa passagem por SP.


Não pensávamos em seguir viagem, pois estava de madrugada e preferíamos não dirigir no escuro e pela canseira da arrumação durante o dia, decidimos parar no posto de gasolina logo a frente.

Noite tranquila, matamos a saudade de dormir na Gertrudes e claro da estrada. Sem delongas, bora pro trecho rs.

Chegamos em Feira de Santana, baita cidade, menos complicada que Salvador, trânsito mais tranquilo e sinalizado. Passamos num supermercado e seguimos estrada e logo chegamos em Araci, uma das primeiras cidades da Rota dos Sertões.

Detalhe que chegamos justamente no aniversário da cidade, paramos na praça e rolava algum movimento, ficamos esparramados pelos bancos só observando e descansando.



Mas, logo bateu aquela fome e fomos a um posto de gasolina ali próximo, cozinhamos aquele almoço e os tradicionais brigadeiros para vendermos à noite.


Alimentados, banhados e com brigadeiros fresquinhos, voltamos a cidade e a praça, Vini atacou de vendedor e foi sucesso de vendas. Pessoal muito acolhedor e colaborativo.

Voltamos ao posto para dormirmos, apesar de ser as margens da rodovia era bem tranquilo e assim foi nossa noite.

No dia seguinte, com Meleca a bordo é difícil dormir até tarde e até mesmo com o Sol cozinhante rs.

Enquanto fazíamos nosso café, um fusca impecável parou próximo da Gertrudes e puxou assunto, conversa vai, conversa vem...Ricardo se disponibilizou para nos mostrar a cidade e claro aceitamos.


Nos levou a praça principal e nos contou alguns fatos da cidade,  não parava de tirar fotos do seu fusca lado a lado com a Gertrudes. Fomos ao cruzeiro, e a vista é linda. A cidade é bem pequena mas bastante arrumadinha.


Ricardo ainda nos levou para conhecer sua casa, nos apresentou sua filha Anita, uma gracinha de menina, nos mostrou também seu jipe que estava em processo de reforma.

Fomos de volta até a praça principal, Ricardo nos convidara a tomar um refrigerante, que passou a ser cervejas, e quando vimos já estávamos almoçando..... a prosa perdurou por toda a tarde, Anita e Meleca brincavam e nos davam motivos pra boas risadas. Já na hora de partir, levamos Anita para conhecer o “Carrão”, assim denominou a Gertrudes, pulava, brincava, atravessava de ponta a ponta nossa casa, e na hora de sair o choro, ela não queria mais largar o “Carrão”.





Ricardo também presenteou o Meleca com alguns quilos de ração e ainda nos levou até a casa de seus pais para nos mostrar seu caminhão pipa, nos apresentou sua mãe. Gente acolhedora e generosa, nossa retomada estava apenas começando e já nos deparávamos com pessoas maravilhosas.



Passamos no posto que dormimos a noite para um banho e pé na estrada novamente!


O destino agora era acidade de Tucano, mas antes ainda queríamos conhecer Caldas do Jorro, cidade no meio do sertão baiano, fonte de aguas termais. Fomos até lá conferir!

Chegando na cidade, fomos até a praça principal, conhecida como “Jorrão”, estacionamos e ficamos sentados na praça observando o movimento, chega a ser engraçado, no meio do sertão pessoas desfilando de biquínis e sungas, com toalhas jogadas ao ombro, chegavam de carro, de moto e a pé, para tomar aquele banho quente, mas a noite não estava fria, chegamos por volta de 18 hrs e ficamos esperando até às 23 hrs criando coragem de tomar um banho, a água é muito quente, algo em torno de 42°.



Enquanto observávamos o movimento, uns passavam e espiavam a Gertrudes, até que um senhor se aproximou e contou a história de seu fusca.

No auge da paixão pelo fusca, ele o comprou em pleno funcionamento, mas queria inovar seu automóvel. E aí iniciou uma aventura e claro uma gastação de grana.
Ajeitou toda a lataria, mandou motor pro fabricante, deu aquele trato...fusca pronto e quase 0km, chegada hora de dar aquela volta e a decepção.

O fusca até podia estar impecável, arrancar suspiros por onde passava, mas já não era um fusca e isso desmotivou nosso colega. Conta que a paixão acabou-se e tão rápido como surgiu, se foi...exceto o desfalque no bolso, que mesmo tendo sido um valor absurdo não o impediu de vender para o primeiro que aparecesse. Triste fim do fusquinha!

As horas rolando e a gente pensando em passar a noite por ali mesmo, aparentemente era uma cidade pacata e até tinha um posto da guarda municipal, Vini foi se orientar quanto a possibilidade de passarmos a noite ali pela praça mesmo. Mas, as recomendações foram tipo: cidade pequena, boa, tranquila, mas sabe como é né?! Às vezes, na alta temporada acontece alguma coisa e é bom se precaver.

Só o “às vezes” do Sr. Guarda já nos deixou suficiente precavidos e partimos para o posto de gasolina a margem da rodovia e no caminho tinha um céu incrível, tivemos que parar no acostamento pra apreciar um cadinho, apagamos todas as luzes e passamos algum tempo observando o céu.

 Até tentamos fazer umas fotografias com um cadin de técnica de longa exposição, mas não rolou, só saiu um breu com pontinhos, nada a ver com o que víamos.

Seguimos caminho e fomos para o posto, já haviam muitos caminhões estacionados, arrumamos um cantinho e encostamos a Gertrudes também. O posto era mega estruturado, banheiros, chuveiros, sala de TV, Wi-Fi, lavanderia... mas não utilizamos nada disso, só arrumamos a cama e caímos no sono.

No dia seguinte, quase todos os caminhões já haviam partido, estávamos praticamente sós naquele enorme estacionamento, então, preparamos o café, arrumamos as coisas e voltamos pra estrada, sentido a cidade de Tucano, poucos quilômetros a frente.


Estávamos ansiosos, pois havíamos feito algumas pesquisas e ficamos sabendo a respeito da feira livre que ocorria na cidade, e esse era o dia. Na chegada, ruas cheias, estacionamos a Gertrudes e partimos pra feira, e que lugar incrível, todas as ruas do centro da cidade estavam tomadas por barracas, vinha gente de todo o canto, cheio demais.... 




Meleca nos acompanhava e não entendia nada o que acontecia, latia pra todo mundo, chorava, corria, cansava e parava.

As pessoas nos olhavam e alguns até comentavam que o bichinho estava sofrendo, que estava com sede. Assim, preferimos voltar a Kombi e não abusar do Meleca.

Quando voltamos a Gertrudes, sentamos na calçada para tomarmos nosso café da manhã com o requeijão que havíamos acabado de comprar.


Nesse momento, duas garotas se aproximaram e ficaram de boca aberta com a Kombi, começamos a conversar e contar da viagem, e como chegamos até aquela cidade. E para nossa surpresa, ambas faziam parte do coletivo que havia desenvolvido os vídeos sobre a cidade de Tucano e suas atrações.

A princípio tínhamos nos encantado e ficados curiosos com o vídeo da feira livre, e depois com o Epicentro Marizá, os demais vídeos só garantiram que a passagem por Tucano seria obrigatória.

Conversamos mais um pouco e pediram que aguardássemos por ali, logo depois outra moça nos abordou, Cris era líder do coletivo da cidade, o COAJ (Coletivo de Ação Juvenil) e comentou sobre todos os projetos que vem sendo desenvolvidos na cidade por iniciativa da juventude e apoio da prefeitura.

Depois de muita prosa e troca de figurinhas, surgiu o convite para passarmos a noite na sede do coletivo. Convite aceito!
A casa muito bem cuidada, organizada e com aquela alegria jovial. Enfim, tínhamos um cantinho para podermos relaxar rs.

A tarde toda foi regada a muitas visitas de adolescentes e jovens, todos curiosos por histórias da viagem, e nós animados em poder compartilhar.

Ficamos impressionados como a organização do Coletivo tem rendido bons frutos, o projeto Sarau na Rua e a ocupação de uma praça local são provas disso. Todos muito empenhados.
Inclusive acompanhamos o grupo até a praça onde ocorreria a ocupação, onde fizeram a coleta de amostras do solo que seriam enviadas para estudo, afim de saber as condições da terra.



Mais tarde, já alocados era hora de prepararmos uns brigadeiros para vendermos a noite na praça, pois nos informaram que tinha um bom movimento devido à falta de opções de diversão na cidade.

Chegando na praça, vazia! Esperamos, esperamos e continuava vazia, o caso foi que nessa noite estava rolando na igreja um casamento comunitário, ou seja, a cidade inteira estava lá, e como tinha pra mais de 10 noivos se casando, capaz de durar a noite toda.


Dessa vez, voltamos pra casa com todos os brigadeiros...
Uma noite fora da Gertrudes até que poderia ser confortável se não fosse a preocupação tremenda de saber que a deixamos sozinha hahha.


Já no dia seguinte, andamos um pouco pela cidade, mas o calor não permitia se estender muito na caminhada. 

Voltamos, fizemos um almoço, Meleca passou por uma ducha (até parecia outro cachorro rs), ajeitamos uma baguncinha na Gertrudes e esperamos um pouco o Sol baixar para pegarmos estrada novamente.

Então galera.... está ficando cada vez mais difícil o acesso a internet pelo caminho, desculpem a demora, assim que possível vamos atualizando as histórias e os causos.

Gratidão pela compreensão e paciência! 

Inté mais chão!