quinta-feira, 12 de maio de 2016

Rumando pro Sertão!

E cá estamos novamente...

Após a retirada do motor e fuçada na embreagem, a Gertrudes estava à todo vapor...ou quase, porque pouco tempo depois de rodarmos um pouco, percebemos que o barulho na embreagem permanecia, bem menor mas, estava lá.

Conversamos com o vizinho camarada e ele disse ser normal, ela continuaria andando normalmente. Aliás, afirmou que Kombi só para se não tiver gasolina ou se rolar uma pane elétrica.

Bom, ainda tínhamos que ajeitar todo o interior, retiramos tudo que não nos serviria nos próximos meses, mandamos para SP. E reorganizamos o que nos acompanharia.
Confessamos que depois dessa ajeitada, a Gertrudes ficou um brinco...de banho tomado, encerada, bagageiro pintado, era só cair na estrada.

Mas, antes tínhamos uma vontade tremenda de levar a Gertrudes para dar uma passeada pelo Pelourinho, só não sabíamos se era permitido circulação de carros ou não, resolvemos arriscar.

Andamos um pouquinho, mais um pouquinho e começamos a entrar numas ruas beeem estreitas, com algumas mesas e cadeiras no meio da rua, puxa pra cá, aperta pra lá e de repente Gertrudes no coração do Pelourinho...hahahah.



E um pouco mais tarde propicio uma despedida com os amigos que fizemos por Salvador na casa de Maicon e Guadalupe (Projeto Otra Kombi), e  com a presença também dos amigos Marcos e Nath (já estão com a sementinha da Kombi plantada rs).

Rolou umas trocas de figurinhas sobre as kombis, algumas ideias de roteiros e aquele desejo lindo de uma estrada para todos.



No dia seguinte, ajeitação de um lado, de outro e ainda de madrugada, era chegada a hora de retomar o vento na cara para nós e para os pais da Van de retornar para SP. Deixamos eles no aeroporto, com a promessa de passar por SP em breve.

E nessa despedida herdamos o Meleca, dog que nos acompanharia até nossa passagem por SP.


Não pensávamos em seguir viagem, pois estava de madrugada e preferíamos não dirigir no escuro e pela canseira da arrumação durante o dia, decidimos parar no posto de gasolina logo a frente.

Noite tranquila, matamos a saudade de dormir na Gertrudes e claro da estrada. Sem delongas, bora pro trecho rs.

Chegamos em Feira de Santana, baita cidade, menos complicada que Salvador, trânsito mais tranquilo e sinalizado. Passamos num supermercado e seguimos estrada e logo chegamos em Araci, uma das primeiras cidades da Rota dos Sertões.

Detalhe que chegamos justamente no aniversário da cidade, paramos na praça e rolava algum movimento, ficamos esparramados pelos bancos só observando e descansando.



Mas, logo bateu aquela fome e fomos a um posto de gasolina ali próximo, cozinhamos aquele almoço e os tradicionais brigadeiros para vendermos à noite.


Alimentados, banhados e com brigadeiros fresquinhos, voltamos a cidade e a praça, Vini atacou de vendedor e foi sucesso de vendas. Pessoal muito acolhedor e colaborativo.

Voltamos ao posto para dormirmos, apesar de ser as margens da rodovia era bem tranquilo e assim foi nossa noite.

No dia seguinte, com Meleca a bordo é difícil dormir até tarde e até mesmo com o Sol cozinhante rs.

Enquanto fazíamos nosso café, um fusca impecável parou próximo da Gertrudes e puxou assunto, conversa vai, conversa vem...Ricardo se disponibilizou para nos mostrar a cidade e claro aceitamos.


Nos levou a praça principal e nos contou alguns fatos da cidade,  não parava de tirar fotos do seu fusca lado a lado com a Gertrudes. Fomos ao cruzeiro, e a vista é linda. A cidade é bem pequena mas bastante arrumadinha.


Ricardo ainda nos levou para conhecer sua casa, nos apresentou sua filha Anita, uma gracinha de menina, nos mostrou também seu jipe que estava em processo de reforma.

Fomos de volta até a praça principal, Ricardo nos convidara a tomar um refrigerante, que passou a ser cervejas, e quando vimos já estávamos almoçando..... a prosa perdurou por toda a tarde, Anita e Meleca brincavam e nos davam motivos pra boas risadas. Já na hora de partir, levamos Anita para conhecer o “Carrão”, assim denominou a Gertrudes, pulava, brincava, atravessava de ponta a ponta nossa casa, e na hora de sair o choro, ela não queria mais largar o “Carrão”.





Ricardo também presenteou o Meleca com alguns quilos de ração e ainda nos levou até a casa de seus pais para nos mostrar seu caminhão pipa, nos apresentou sua mãe. Gente acolhedora e generosa, nossa retomada estava apenas começando e já nos deparávamos com pessoas maravilhosas.



Passamos no posto que dormimos a noite para um banho e pé na estrada novamente!


O destino agora era acidade de Tucano, mas antes ainda queríamos conhecer Caldas do Jorro, cidade no meio do sertão baiano, fonte de aguas termais. Fomos até lá conferir!

Chegando na cidade, fomos até a praça principal, conhecida como “Jorrão”, estacionamos e ficamos sentados na praça observando o movimento, chega a ser engraçado, no meio do sertão pessoas desfilando de biquínis e sungas, com toalhas jogadas ao ombro, chegavam de carro, de moto e a pé, para tomar aquele banho quente, mas a noite não estava fria, chegamos por volta de 18 hrs e ficamos esperando até às 23 hrs criando coragem de tomar um banho, a água é muito quente, algo em torno de 42°.



Enquanto observávamos o movimento, uns passavam e espiavam a Gertrudes, até que um senhor se aproximou e contou a história de seu fusca.

No auge da paixão pelo fusca, ele o comprou em pleno funcionamento, mas queria inovar seu automóvel. E aí iniciou uma aventura e claro uma gastação de grana.
Ajeitou toda a lataria, mandou motor pro fabricante, deu aquele trato...fusca pronto e quase 0km, chegada hora de dar aquela volta e a decepção.

O fusca até podia estar impecável, arrancar suspiros por onde passava, mas já não era um fusca e isso desmotivou nosso colega. Conta que a paixão acabou-se e tão rápido como surgiu, se foi...exceto o desfalque no bolso, que mesmo tendo sido um valor absurdo não o impediu de vender para o primeiro que aparecesse. Triste fim do fusquinha!

As horas rolando e a gente pensando em passar a noite por ali mesmo, aparentemente era uma cidade pacata e até tinha um posto da guarda municipal, Vini foi se orientar quanto a possibilidade de passarmos a noite ali pela praça mesmo. Mas, as recomendações foram tipo: cidade pequena, boa, tranquila, mas sabe como é né?! Às vezes, na alta temporada acontece alguma coisa e é bom se precaver.

Só o “às vezes” do Sr. Guarda já nos deixou suficiente precavidos e partimos para o posto de gasolina a margem da rodovia e no caminho tinha um céu incrível, tivemos que parar no acostamento pra apreciar um cadinho, apagamos todas as luzes e passamos algum tempo observando o céu.

 Até tentamos fazer umas fotografias com um cadin de técnica de longa exposição, mas não rolou, só saiu um breu com pontinhos, nada a ver com o que víamos.

Seguimos caminho e fomos para o posto, já haviam muitos caminhões estacionados, arrumamos um cantinho e encostamos a Gertrudes também. O posto era mega estruturado, banheiros, chuveiros, sala de TV, Wi-Fi, lavanderia... mas não utilizamos nada disso, só arrumamos a cama e caímos no sono.

No dia seguinte, quase todos os caminhões já haviam partido, estávamos praticamente sós naquele enorme estacionamento, então, preparamos o café, arrumamos as coisas e voltamos pra estrada, sentido a cidade de Tucano, poucos quilômetros a frente.


Estávamos ansiosos, pois havíamos feito algumas pesquisas e ficamos sabendo a respeito da feira livre que ocorria na cidade, e esse era o dia. Na chegada, ruas cheias, estacionamos a Gertrudes e partimos pra feira, e que lugar incrível, todas as ruas do centro da cidade estavam tomadas por barracas, vinha gente de todo o canto, cheio demais.... 




Meleca nos acompanhava e não entendia nada o que acontecia, latia pra todo mundo, chorava, corria, cansava e parava.

As pessoas nos olhavam e alguns até comentavam que o bichinho estava sofrendo, que estava com sede. Assim, preferimos voltar a Kombi e não abusar do Meleca.

Quando voltamos a Gertrudes, sentamos na calçada para tomarmos nosso café da manhã com o requeijão que havíamos acabado de comprar.


Nesse momento, duas garotas se aproximaram e ficaram de boca aberta com a Kombi, começamos a conversar e contar da viagem, e como chegamos até aquela cidade. E para nossa surpresa, ambas faziam parte do coletivo que havia desenvolvido os vídeos sobre a cidade de Tucano e suas atrações.

A princípio tínhamos nos encantado e ficados curiosos com o vídeo da feira livre, e depois com o Epicentro Marizá, os demais vídeos só garantiram que a passagem por Tucano seria obrigatória.

Conversamos mais um pouco e pediram que aguardássemos por ali, logo depois outra moça nos abordou, Cris era líder do coletivo da cidade, o COAJ (Coletivo de Ação Juvenil) e comentou sobre todos os projetos que vem sendo desenvolvidos na cidade por iniciativa da juventude e apoio da prefeitura.

Depois de muita prosa e troca de figurinhas, surgiu o convite para passarmos a noite na sede do coletivo. Convite aceito!
A casa muito bem cuidada, organizada e com aquela alegria jovial. Enfim, tínhamos um cantinho para podermos relaxar rs.

A tarde toda foi regada a muitas visitas de adolescentes e jovens, todos curiosos por histórias da viagem, e nós animados em poder compartilhar.

Ficamos impressionados como a organização do Coletivo tem rendido bons frutos, o projeto Sarau na Rua e a ocupação de uma praça local são provas disso. Todos muito empenhados.
Inclusive acompanhamos o grupo até a praça onde ocorreria a ocupação, onde fizeram a coleta de amostras do solo que seriam enviadas para estudo, afim de saber as condições da terra.



Mais tarde, já alocados era hora de prepararmos uns brigadeiros para vendermos a noite na praça, pois nos informaram que tinha um bom movimento devido à falta de opções de diversão na cidade.

Chegando na praça, vazia! Esperamos, esperamos e continuava vazia, o caso foi que nessa noite estava rolando na igreja um casamento comunitário, ou seja, a cidade inteira estava lá, e como tinha pra mais de 10 noivos se casando, capaz de durar a noite toda.


Dessa vez, voltamos pra casa com todos os brigadeiros...
Uma noite fora da Gertrudes até que poderia ser confortável se não fosse a preocupação tremenda de saber que a deixamos sozinha hahha.


Já no dia seguinte, andamos um pouco pela cidade, mas o calor não permitia se estender muito na caminhada. 

Voltamos, fizemos um almoço, Meleca passou por uma ducha (até parecia outro cachorro rs), ajeitamos uma baguncinha na Gertrudes e esperamos um pouco o Sol baixar para pegarmos estrada novamente.

Então galera.... está ficando cada vez mais difícil o acesso a internet pelo caminho, desculpem a demora, assim que possível vamos atualizando as histórias e os causos.

Gratidão pela compreensão e paciência! 

Inté mais chão!

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