segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Nós não precisamos saber pra onde vamos..... nós só precisamos ir

Saímos de Caraíva - BA, mas rumo onde?

Essa resposta nós não tínhamos, mas foi o momento propicio para reavaliarmos o rumo que tomávamos. Pois, precisávamos de um pouco mais de responsabilidade.

No inicio da viagem tínhamos acordado que não dirigíamos a noite, que não percorreríamos mais de 250/300 km por dia.

Então, vez ou outra era noite e ainda estávamos dirigindo sem nem saber onde. O que é um risco pois encontramos muitos motoristas imprudentes, além de não conhecermos a estrada.

Quanto a distancia, seria mais no caso de não forçar a Gertrudes, assim como não andarmos tanto em estrada de chão. (Fizemos muitoooo isso)

Enfim, acordos refeitos, estávamos de novo na estrada rumo a BR101.

Já com a noite chegando, optamos em parar na próxima cidade que chegássemos, assim a margem da estrada paramos em um posto de gasolina repleto de caminhoneiros na cidade de Eunápolis - BA.

Tomamos uma ducha e optamos em jantar por ali, o restaurante do posto era bem baratinho, comida delícia e bem servida.

Enquanto ajeitávamos a Gertrudes para dormirmos, observamos os motoristas fazendo um churrasquinho...

Logo pela manhã, o movimento no posto começa muitoo cedo, vários caminhoneiros pegando estrada e o Sol já queimando sem brincadeiras.

Mais uma ducha (aproveitar que é de graça rsrs) e um café por ali mesmo.

Retornamos a estrada, e a Gertrudes estava realmente muito fraquinha. A estrada parecia uma montanha russa, subindo e descendo, subindo e descendo....


Em uma das subidas...ela desistiu. :(

Com toda tensão, evitando que ela parasse, Van assumiu o controle da Gertrudes em movimento e Vini saiu pra dar uma mãozinha a fiel aventureira \o

Ufa! Ela não tinha desistido...

Após o susto, seguimos viagem, mas receosos e bastante preocupados, mas a Gertrudes é guerreira e não ia nos deixar na mão.

Continuamos e fomos até Itabuna-BA, onde demos uma paradinha pro almoço. 


Cidade bastante movimentada, muitos prédios e tráfego intenso. Um enorme Rio cruzava a cidade, o Rio Cachoeira, que parecia de imensa importância ao lugar.

Após ter matado a fome, resolvemos seguir viagem até Ilhéus-BA, afim de conhecermos o lugar e passarmos a noite por lá também.

Ilhéus é uma cidade bastante grande, ao contrário do que imaginávamos,


Após algumas pesquisas, não encontramos nenhum camping pra passar a noite, resolvemos então, procuramos alguma pousada com um precinho camarada, visando nossa situação financeira não muito favorável, e achamos \o/

Enquanto procurávamos observamos as praias do centro, mas apesar de gostarmos de praias...nenhuma nos chamou a atenção. Na verdade ficamos desapontados rsrs....depois pesquisamos a respeito e percebemos que as praias mais indicadas ficavam distantes do centro e não rolaria de conhecermos. 

Desejávamos explorar a cidade, mas a Gertrudes estava cansada e não queríamos força-la. Decidimos então, ficar próximos a pousada mesmo e desfrutar um pouco da companhia um do outro.


Paramos num barzinho pela orla e um figura nos encontrou...
Visivelmente estava alegrinho rsr, sentou a mesa com a gente e conversa vai e conversa vem, nos contou que ele conhecia SP e RJ. A cada frase que ele falava, emendava "amanhã é aniversário dos meus dois amores, minha esposa e minha filha" e a prosa seguia.

Foi um papo engraçado, e ele muito saudoso dizia que já foi um soldado, um lindo soldado rs e claro emendava que era aniversário dos seus amores.

Se despediu de nós dizendo "quem diria um carioca e uma paulista...?!"

Na manha seguinte, bem cedo, tomamos café e saímos estrada afora, seguimos rumo a última cidade da Costa do Cacau, Itacaré-BA.

No caminho, nada melhor do que provar um chocolate artesanal da região... delícia!

Ao chegarmos em Itacaré, com muita dor no coração pelo esforço da Gertrudes até ali, resolvemos parar em um mecânico pra dar uma olhada nela. 

Mexe daqui, mexe dali e pronto..... Gertrudes era outra, muito mais forte e disposta, pra nossa felicidade \o/

Fomos explorar a cidade e constatamos.... Itacaré vale um repeteco!

Lugar lindo, praias lindas, vila linda.... tudo muito aconchegante.

Primeira parada, Praia da Concha.... com direito a cervejinha a beira mar!


 O lugar é muito lindo, cercado de uma energia muito boa também, e acompanhamos um por do sol maravilhoso. Muitas esculturas feitas em coqueiros secos..... interessantes demais.





Seguimos até um camping ali pertinho para passarmos a noite, estacionamos a Gertrudes e fomos a pé até o mercado comprar algumas coisas para cozinharmos, quando voltávamos pra casa, avistamos uma Kombi enguiçada na rua, e um homem empurrando, Vini na mesma hora correu pra prestar ajuda. 

Quem tem Kombi entende... haha

Os donos da Kombi eram dois Chilenos, que rodavam as Américas e estavam ali em Itacaré trabalhando para juntar dinheiro pra seguir viagem.

Percebemos que a vida da vila é quase por total noturna, a maioria dos lugares só começam a funcionar durante a noite, tem muitas opções de hospedagem, passeios turísticos e bares/restaurantes observamos também, que a pratica de esportes é muito intensa.

Chegando de volta ao camping, fomos cozinhar, a dona do local, nos cedeu a cozinha de seu restaurante ali mesmo no camping.... e que cozinha tenebrosa....

Tentamos não nos abalar pela "higiene" do lugar, fizemos nossa janta e nos preparamos para dormir.



Na manha seguinte, tudo pronto, levantamos "acampamento", fomos até a padaria comprar pão para matar a fome, e preparar para por o pé de volta ma estrada.

E assim seguimos viajem, mas isso é história pro próximo post!

Gratidão e até mais!
 _/\_



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Finalmente


Só mais um cadinho de causos...
No post anterior tentamos subir uma rua pra irmos até o mecânico..

Após várias tentativas frustradas, resolvemos ir até a casa do mecânico chama-lo.

Ajusta aqui, ajusta dali e novamente tentamos subir...nada! Tivemos que empurrar ladeira acima.
Estacionamos na casa do mecânico e o triste diagnóstico: A embreagem tinha ido embora após tanto forçar..... ;(

Lembrando que o Zé era o único mecânico da região e a cidade mais próxima ficava a 50 km...ficou uma facada o conserto, só não mais caro porque tínhamos uma embreagem reserva.

E claro que o mecânico também não aceitava cartão...
Tínhamos que ir a Trancoso – BA procurar por um caixa eletrônico, porém o transporte público na vila tem horário restrito, tipo passava um ônibus pela manhã e outro no período da tarde.

Então, resolvemos por o pé e o dedão na estrada e tentar uma carona até lá.

Andamos alguns metros, eis que surge nossa primeira carona, um trator, que estava indo pra uma fazenda poucos km a frente, e fomos com ele..... que pessoa do bem, o motorista trabalhava em uma fazenda com cultivo de cacau, não deu tempo nem de aprofundar o papo e já chegamos até o destino dele, descemos e buscamos por outra carona.

Andamos mais um pouco, nenhum carro passava, somente motos, eis que decidimos nos dividir, um rapaz em uma moto parou e a Van pegou carona com ele.....

Uns minutos depois, eis que ao longe, Vini avista um amigo da Kombi *-*.... Um Fusquinha vermelho, motor 1600, um cadin judiado pela estrada de chão.

No caminho, o Fusquinha pegou a Van também, que ainda estava de carona na moto.

O dono do fusca era um mecânico de eletrodomésticos, estava indo fazer algumas visitas em clientes no caminho de Trancoso e nos deixou numa auto peças e indicou onde teria o caixa eletrônico.

Compramos algumas peças pra Gertrudes e fomos a procura de caixa eletrônico...que por sinal ficava dentro de uma loja que estava prestes a fechar.

Perambulamos pela cidade atrás da loja e sim, já estava fechada! Maaas, os funcionários estavam saindo, rolou uma conversa e deixaram que usássemos o caixa.

Pronto, hora de voltar a estrada...novamente de carona porque o ônibus seria só no final da tarde.

Pegamos uma carona com um rapaz que estava levando um cavalo a uma fazenda e que nos adiantou boa parte do caminho. Continuamos andando até que outra carona com um moço sério, mas muito gentil...nos deixou ainda um vilarejo antes.

Andamos, andamos de novo sem sinal de carona...até que uma moto nos parou e quem era?

A mesma moto que havia dado carona pra Van na ida até Trancoso haha...foi a frente levando as peças ao mecânico.

Vini ainda andou cerca de uns 5km até que conseguisse a próxima carona, também numa moto.

Zé mecânico já tinha feito a manutenção na Gertrudes, mas ainda faltava uma peça para que ficasse filé. Mas, como tudo ainda pode acontecer...hahah a peça que compramos não funcionava. Sim, não funcionava.... L

Aparentemente Gertrudes estava funcionando optamos em arriscar ir a cidade trocar a peça e futuramente mexer novamente nela. Como já estava tarde e a estrada que sai de Caraíva não era lá muito boa, ficamos mais um pouco na casa do colega mecânico.

Como já estávamos por ali e apesar de toda a tensão, fomos “explorar” a vila de Nova Caraíva e recomendaram o rio (já que num rolava grana para pagar o barco para voltarmos a Vila de Caraíva).

Sensacional...com direito a pôr do sol e a visão do rio encontrando o mar.




Nova Caraíva é uma espécie de “puxadinho” de Caraíva, a vila foi crescendo, crescendo e atravessou o rio. Por estar mais afastada não conta com tanta estrutura turística, tem alguns bares e algumas mercearias, uma padaria e um posto de gasolina. Mas, tudo com uma valor super acessível em relação ao outro lado do rio.

Já no domingo pela manhã, tudo pronto para pegarmos a estrada novamente...

A Gertrudes andou cerca de 500mts e parou! Não, não é brincadeira...ela engasgava, engasgava e não andava.

A passo de tartaruga voltamos ao mecânico que em pleno domingo claroooo, tirou o dia para pescar...rsrs
Passamos mais uma noite na casa do Zé...

Na segunda de madrugada, dispostos a pegar o primeiro ônibus para Trancoso e trocar a peça, embarcamos as 5h40 numa Kombi que fazia esse trajeto.

Ai que invejinha...aquela Kombi passava pelos buracos da estrada a todo vapor e a gente só pensava como a Gertrudes sofreria nesse percurso.

Chegamos em Trancoso antes das 8h...esperamos, esperamos e a loja abriu. Mas, o vendedor não tinha outra peça pra repor e nem o dinheiro pra nos devolver, como tinha acabado de abrir não tinha nada no caixa.
Optamos em ir até a praia conhecer enquanto o caixa do moço tivesse uma grana.

Com certeza Trancoso merece um repeteco também, no entanto como estávamos envolvidos numa tensão absurda nem pudemos aproveitar como queríamos. Só olhamos, tiramos umas fotos pra não passar batido.




Retornamos e pegamos outras peças que poderiam “auxiliar” na manutenção da Gertrudes e fomos atrás de outra loja.

Só achamos moto peças e recebemos indicação de outra auto peças a margem da estrada.

Fomos andando, pois haviam indicado cerca de 1km à frente...chegamos a loja e também não tinha a peça.

Ok, optamos em retornar pro mecânico e arriscar com as peças que tínhamos.

Voltamos a estrada pra pedir carona, ainda era pela manhã e o próximo ônibus de retorno era apenas as 14, perderíamos muito tempo esperando.

A estrada que dá acesso a Trancoso é de asfalto e tem cerca de 8km, até o trevo onde inicia a estrada de terra, e que leva à Caraíva.

Nenhum motorista parou... sério, nenhum mesmo. Passou caminhão, carro, moto... tudo!

A estrada não tem uma arvorezinha sequer e estava aquele solzão delícia. Foram mais 8km pra conta...

Paramos no trevo falecidos e esperamos uma carona, nesse ponto é mais fácil porque tem um trânsito maior de moradores da região.

Mas, não contávamos que outras pessoas também pegam carona ali (bobinhos) rs..tínhamos concorrência hahaha..

E sabe o que é melhor? É que quem tem Kombi tem um coração enormeeeee e nossa nova carona foi novamente uma Kombi escolar, e o melhor é que coube todo mundo, nós e um casal com uma criança que também aguardavam.

Chegamos a um vilarejo antes do nosso destino varados de fome. Paramos num lugarzinho com PF baratinho. Compramos uma quentinha e comeríamos ao chegar no mecânico. Não queríamos parar e atrasar mais.

Não sabemos ao certo a distância entre esse vilarejo e Nova Caraíva, mas optamos em ir caminhando até que uma carona surgisse.

Só que no meio do caminho tinha uma arvore e um banquinho embaixo...tão seduzentes rsrs...resolvemos parar e aproveitar que a marmita estava quentinha rs.

Ok, ok...comemos e pé na estrada. Nesse trecho tem a praia dos espelhos que todos da região dizem ser linda, muito linda. Consequentemente tem bastante turista, por isso tem um fluxo razoável de carros, ônibus e vans pra lá e pra cá.

Apesar dessa boa quantidade de motoristas a carona não é fácil. Não sabemos dizer o motivo, mas turistas não dão caronas. Todas as caronas que pegamos foram de moradores que já estão acostumados a parar.

E assim foi novamente...uma S10 nos cedeu carona e dividimos espaço com um ar condicionado na caçamba rs.

Ela entrou pra praia dos espelhos e nós continuamos...

Detalhe um pouco mais a frente tinha um carro parado (mesmo carro que lá atrás recusou dar carona alegando que não cabia). A bordo tinha 4 senhores, aparentemente turistas e conversavam com duas garotas bem jovens a beira da estrada, ofereciam carona...

Nós continuamos a pé...continuamos pedindo carona pra todos, exatamente a todos que passavam, e nada.

Andamos 15 kms em estrada de chão...Vini até aprendeu a conduzir gado hahah.

No caminho tinha um carro batido com a dianteira toda amassada.

Estava parado bem próximo de uma curva sinistra e com um buraco enorme nas laterais...provavelmente houve um acidente por ali.

Já chegando na casa do Zé avistamos um guincho e por curiosidade o paramos para perguntar quanto que ficaria um possível guincho da Gertrudes até Trancoso....vai que.

Pra nossa surpresa o Zé mecânico estava no guincho indo socorrer aquele carro batido na estrada.

Informou que tinha feito os ajustes na Gertrudes e garantiu que ela estava boa pra estrada...mas, que de qualquer forma iriamos encontra-lo novamente pelo caminho e caso necessário nos auxiliaria.

Sem perder tempo corremos e ajeitamos a bagunça, saímos da garagem andamos devagarinho e passamos a linha dos 500 mts, comemoramos.
Andamos mais uns 2 kms e comemoramos, conversamos um pouquinho com a Gertrudes...pedimos desculpas por ter abusado dela, pedimos compreensão e num é que ela entendeu?!

Só que mais à frente haviam 2 ladeiras críticas, apesar de conhecer o potencial da Gertrudes, sabíamos que estava debilitada.

A 1ª ladeira não conseguimos de cara...mas com um pouco mais de esforço e jeito ela subiu. Na 2ª ladeira...(havíamos ouvido comentários de que era uma subida bem temida pelos motoristas da região, principalmente em dias de chuva), mas fomos com a cara e a coragem.

Não foi na 1ª tentativa, nem na 2ª. Ficamos tensos porque a medida que tentávamos subir, também sabíamos que não poderíamos forçar por conta da embreagem, e porque tinha um barranco na esquerda e na direita uma valeta gigante e um morro...a Gertrudes derrapava, mas se mostrava esforçada.

Pedíamos pra nenhum carro surgir nesse momento, já tínhamos visto como os motoristas andavam por ali.

A Van desceu da Kombi e calçou os pneus traseiros, e foi mais umas duas tentativas e zaz....ela subiu \o/

Enfim, a bolha que tinha em volta de Nova Caraíva nos permitiu sair.

Apesar de ser uma região linda (pelo pouco que vimos) não pudemos explorar mais. Saímos de Nova Caraíva com uma pressa absurda, mas pressa de chegar em lugar nenhum, porque no fim nem sabíamos pra onde iriamos, nós só fomos.

Até mais...

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Ainda não acabou..rs

Aqui estamos novamente!

Vejamos...lembram de onde paramos no post anterior? A Gertrudes tinha parado um pouquinho pra descansar hahah...

Vini resolve tentar consertar, mas sem nenhum sucesso, e lá ficamos durante algum tempo, parados esperando algum milagre..... eis que um caminhão encosta e nos ajuda empurrando a Gertrudes até um lugar menos “perigoso” (segundo eles).

Ficamos na casa/bar de um senhorzinho que vivia ali a beira da estrada.... por sinal, 70% de chance (expressão que o senhorzinho usava pra cada hipótese de defeito) era de não encontrar ninguém morando por ali rsrs.



Havíamos parado cerca de 10 km antes de Caraíva....faltava tãoo pouco L

Com a indicação do senhorzinho, chamamos um mecânico que morava em Caraíva, que a princípio, era o único mecânico da região. Ele deu um jeitinho, mas a Gertrudes continuava de pirraça, mesmo assim seguimos nosso destino.

E num é que a estrada tinha como piorar :o

No caminho demos de cara com uma ponte tenebrosa, feita de madeira, aparentemente podre e mal conservada, com a água quase tomando conta de sua superfície, nossa, que medo tivemos...
Mas aí a brilhante idéia...descemos da Kombi e ficamos pulando em cima da ponte para garantir que aguentaria a Gertrudes hahaha, sim aguentava. Atravessamos, sãos e salvos \o/



Em seguida, uma ladeira enorme a enfrentar.... e como a Gertrudes ainda estava debilitada, travamos uma luta contra o morro.... quando íamos subindo ela perdia a força e descia, e o mesmo se repetiu por várias vezes, até que resolvemos subir de ré.... e num é que subiu. Como todo mundo disse "Motor 1500 sobe até parede", só esqueceram de avisar que acaba com a embreagem também :(

Antes é bom esclarecermos que boa parte dos lugares que passamos até aqui foram sem planejamento. Ou seja, alguém indicou, ou porque estava indicando ali no mapa...daí que viemos até Caraíva dessa forma.

Ao chegar, estacionamos a Gertrudes na beira do rio, só o que não sabíamos, era que pra chegar até la, teríamos que pegar um barco e deixar a Gertrudes. Ficamos muito surpresos, não tínhamos pesquisado a respeito do lugar.

Aconteceu que teríamos que deixá-la no estacionamento e pegar o barquinho até a vila, se quiséssemos comer algo, procurar um banho ou algo parecido...e teríamos que pegar outro barquinho para voltar e dormir na Gertrudes (e pagar pela travessia de ida e volta).

Sacanageeeem....porque o único dinheiro que tínhamos deixamos com o mecânico L
Não havia possibilidade de sacar qualquer dinheiro num raio de uns 50kms e pra fechar com chave de ouro a maioria dos comércios do lado de lá do rio não aceitavam cartão, independente de débito ou crédito.

E agora José?

Perguntamos pro segurança do estacionamento que recomendou irmos até Nova Caraíva, verificar se a padaria ainda estaria aberta, que seria o próximo vilarejo ou lá em Caraíva conversaríamos em algum comércio se poderíamos “sacar” com o cartão de débito.

 Sem dinheiro como que paga o barquinho? Hahaha

Vini com a malemolência carioca conversou com o moço do barco e explicou a historinha. O cara foi muito bacana, levou a gente na faixa e disse que nenhum barqueiro deixaria a gente ali por não ter o $

Fomos pra vila de Caraíva, 1ª tentativa, 2ª tentativa, 3ª tentativa...e na 4ª tentativa a moça muito bacana topou o “saque”.

Andamos pela vila procurando onde comer, tomar um banho e quem sabe dormir.
É quase impossível fazer isso com nada ou quase nada de dinheiro...

Ficamos só com um pastel e retornamos pro estacionamento, sem banho rsrs.

Mas, apesar do perrengue não passou batido a LUA...caraca, visão incrível. céu mega estrelado iluminando a travessia do rio...Show!! Até rolou uma tentativa de foto, mas sabe comé né..foto de celular deu ruim..rs



Conversamos com o segurança que sugeriu que fossemos até outro estacionamento um pouco acima, lá morava um casal que tinha no terreno uma ducha externa e que costumavam ajudar a galera.

Fomos até lá e zaz...banho!!

Casal super bacana e do bem, tomamos um banho e paramos para um bate papo. Explicamos todo o ocorrido, eles também contaram sobre as viagens que fizeram e como vieram parar em Caraíva. Foi uma troca bacana.

Passamos a noite na Gertrudes e no sábado bem cedo nos preparamos para levar a Gertrudes até Nova Caraíva na casa do mecânico para finalizar os ajustes.

Maas, tinha uma subida no meio do caminho...sim, deu vontade de chorar, de fazer birra e espernear no chão. #SQN!!

Aliás, pra quem tem nos acompanhado aqui pelo blog, só mais um pouquinho de paciência que o fim da história já vem no próximo post. rs

Gratidão _/\_

domingo, 4 de outubro de 2015

Mais um cadin de história o/

Continuando os causos...

Saímos de Itaúnas com destino a Caravelas-BA, pois ouvimos relatos maravilhosos sobre o lugar e a tão apreciada ilha de Abrolhos.

No caminho, bilhões de km de estrada de chão, e a Gertrudes pulava que nem boi de rodeio... haha

Indo em direção a BR101, ficamos chocados com a visão de gigantescas áreas desflorestadas 
pelas madeireiras que exploram os eucaliptos do local, apesar de sabermos que são áreas reflorestadas frequentemente, ficamos assolados com a visão.



 Não podemos deixar a visão nos abalar, pelo contrário, se tornou bagagem para podermos atuar com mais força e maior empenho no nosso projeto.

Depois de dias de viagem e muitas aventuras, cruzamos a fronteira e chegamos ao nosso Estado de destino \o/


"Sorria! Você está na Bahia!" era o que dizia a placa que avistamos ao longe, e assim fizemos :)

As margens da BR101, resolvemos dar uma paradinha em Teixeira de Freitas, para o almoço e pra trocar o óleo também ¬¬..... da Kombi, claro... haha

Cidadezinha movimentada, e como o dindin tava curto, resolvemos dividir uma marmitex baratinha que encontramos, e não haveria lugar melhor pra bater o rango do que dentro da Kombi.



Trocamos o óleo e pé na estrada.... e eis que chegamos a Caravelas-BA, na verdade, como ficamos sabendo a respeito da cidade pelo caminho, não pudemos pesquisar muito a respeito, e não sabíamos quanto as opções que teríamos de abrigo.

Não tínhamos como acessar o couchsurfing...pra quem sabe um sofázinho :(
Assim, andamos beeem pela cidade em busca de algum lugar para passarmos a noite. Passamos pelo centro, ruas bem estreitas e movimentadas, vilarejo simples. Já as praias, pouco movimentadas e sem maiores atrativos.

A cidade não conta com camping e aparentemente o incentivo maior seja o turismo para o Arquipélago de Abrolhos. Andamos mais um pouco e fomos informado que as cidades próximas, Alcobaça-BA e Prado-BA, tinham uma melhor estrutura para receber viajantes.

Voltamos pra estrada, agora rumo a Alcobaça-BA, cidade vizinha, local onde ficamos sabendo que tinha uma unidade do Camping Clube do Brasil, Mas ao chegarmos la, fomos surpreendidos pelo fato de o camping estar em manutenção.

Como estava anoitecendo, resolvemos procurar algum local que fosse acessível ao nosso orçamento para passarmos a noite, eis que, encontramos uma pousada dentro dos requisitos. O fato não seria tão engraçado se o nome da pousada não fosse Ana Raio, e passamos a noite a espera do Zé Trovão... hahaha.

Durante a noite, saímos pra comer uma pizza, demos muitas risadas e voltamos pra pousada. Transformamos o quarto em uma lavanderia, devido ao tanto de roupa suja que tínhamos acumulado.


Pela manha, acordamos bem cedinho, tomamos café, e levamos as roupas para serem penduradas dentro da Kombi, imagine a cena, nós dois saindo do quarto com um balde cheio de roupas :D

Tudo pronto, de volta pra BR 101, agora sentido Caraíva-BA, e fomos. Pra chegar, mais uns milhões de km de estrada de chão, e a Gertrudes coitada, se manteve forte perante cada BU~RA~CO, nos proporcionando visões fantásticas a cada metro.


A beira da estrada era cercada de plantação de eucaliptos, mamão e cana, não resistimos e fomos pegar uns gominhos de cana pra adoçar a boca..... eis que, de repente, no meio do nada, a Gertrudes resolve descansar antes da hora.... :o

Ficamos parados, enguiçados, e agora???

Mas, a continuação fica pro próximo post...... só pra deixar vocês com gostinho de quero mais... haha

Ainda tem muita história pela frente..... daria quase um livro!

Gratidão a todos que nos acompanham e até mais *-*