sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Ô Cerradinho...Ô Cerradão!


Mumbuca e as crianças espoletas vão deixar saudades...

Assim que saímos da Mumbuca, logo na estrada há o Fervedouro das Bananeiras ou do Ceiça, e por lá paramos.


Estacionamos a Gertrudes e deixamos o Meleca por ali, mesmo com a choradeira que corta o coração.

Caminhamos por uma trilhazinha rápida e logo chegamos ao Fervedouro e encontramos o Ceiça, pediu que aguardássemos, pois há um limite de pessoas dentro do fervedouro.


Enquanto isso conversamos um pouco e logo era nossa vez, havia um grupo de senhores que logo puxaram assunto e no meio da conversa, um deles comenta que já nos acompanha pelo facebook...ahhh ficamos felizes demais. 
São um grupo de amigos de MG que fazem parte de um clube de jeep e nas férias exploram algum destino. Ficou o convite para visita-los em MG e nossa gratidão por estarem nos acompanhando.


Eles se foram e junto o Ceiça que nos deixou à vontade para permanecermos no fervedouro até que chegassem mais pessoas, e não chegou. Mas, logo tivemos que ir embora também, pois não queríamos deixar o sol ir embora antes de chegarmos a cachoeira.





(nesse momento imaginem a musiquinha do Fantástico hahaha)

De novo na Gertrudes, Meleca só dormia...retomamos a estrada. Muita areia, sem trafego de carros, o que de certa forma nos deixava preocupados...se algo acontecesse, íamos esperar um tempão por ajuda.

Seguimos e já próximo da entrada da Cachoeira do Formiga, estacionamos a Kombi e arriscaríamos uma carona até a cachoeira, cerca de 5kms.

Logo que paramos um rapaz abordou o Vini e perguntou de ferramentas, pois seu carro estava parado logo a frente e atolado.
Vini foi até lá, mexe aqui, mexe ali e não teve jeito o peito de aço havia entortado e forçar sair dali só pioraria a situação, a Gertrudes entraria em ação. 


Gertrudes deu uma puxadinha e logo o carro estava em terra firme rs. 



Na verdade era um Gol bolinha, e imaginamos como ele foi parar ali? Os carros tudo bruto e a gente com dó de colocar a Gertrudes em qualquer lugar.

Enfim, o moço que estava acompanhado de uma moça afirmou que tanto seu carro quanto a Gertrudes chegariam tranquilamente até a cachoeira, confiamos e fomos.



A estradinha péssima, quase não tinha caminho aberto para um carro, mas o Gol estava à frente e seguia...até que em poucos metros ele atolou novamente.

Claro que ficamos assustados, onde estávamos era areia pura se parássemos também atolaríamos, Vini sem pensar já voltou dali mesmo e de ré.

Caçarola, já tínhamos perdido um tempão e não ia rolar voltar e esperar carona, logo o sol já ia se por.
Com uma culpa danada, decidimos deixar a cachoeira pra outra oportunidade.
:(

De volta a estrada, parece até que estávamos nos acostumando com a quantidade de areia #SQN!
Um pouco mais a frente ficamos na areia.... mas não atolamos. Há sempre um tempo muito curto para decidir por onde vamos passar, ás vezes, acabamos escolhendo o caminho errado e daí o drama de cortar toda a areia.

Mas a estrada sempre recompensa o esforço, mais a frente nos deparamos com um rio enorme, largo e que nos convidava a um banho... escolha perfeita.





Seguíamos caminho e eis que havia uma subida, muito tenebrosa por sinal, parecia que tinha talco no chão, sem hesitar aceleramos e paramos poucos metros antes do topo, saímos de Gertrudes, ao pisar no chão os pés afundaram... Oh Good!
Tentamos acelerar um pouco mais e conseguimos sair sem muito esforço...UFA!  

 Estávamos sem pressa e até por isso finalmente chegamos em São Félix do Tocantins.

O que não havíamos comentado é que enquanto estávamos em Mateiros, avisamos a Marsha, lá de Tucano – BA que estávamos no Jalapão, se ela poderia verificar em sua rede de amigos alguém que pudesse nos receber e záz surgiu a Ju, ficamos acertados que em São Félix a procuraríamos.
Já na cidade, ficamos aliviados, pois as ruas principais são asfaltadas e não víamos isso a um tempo.

Fomos em busca da Ju, perguntamos na padaria da praça e logo a indicaram.
Estacionamos e fomos recepcionados por uma trupe de SP, inclusive Juliana e todos vieram parar nessa cidade.

A Juliana foi mega acolhedora e nos deixou à vontade em sua padaria que estava em reforma.
Meleca já logo conquistou a galera e também nos convenceram a deixá-lo solto, meio receosos arriscamos. É claro que o Meleca latiu pra tudo e todos que via, mas em pouco tempo se acostumou.


Juliana, passou pelo Jalapão gostou e resolveu morar e já está próximo de completar um ano por essas terras, assim como a galera que estava pela padaria quando chegamos um veio trabalhar com rafting, o outro já mora a anos no Tocantins.



Enfim, o Tocantins realmente é atraente seja para turismo ou pra residência.
Bom, estacionamos a Gertrudes, tomamos um banho, jantamos e fomos conhecer a prainha Alecrim que fica no fim da rua.



Muita prosa, viagens e viagens, tudo inspirador. Mas, cansados do caminho era chegada a hora de descansar e dormimos na Gertrudes.

Pela manhã, café e pão de queijo...pronto, não precisávamos de mais nada hahah.
Entre todas as conversas, nós não tínhamos definido data para irmos embora, e também não sabíamos por quanto tempo poderíamos ficar na Ju, visto que o posto de gasolina da cidade não é bem um posto :/

Até que a Ju propôs que ficássemos o mês das férias, visto que o movimento na cidade aumenta bastante e é a temporada de praia, que atrai muitas pessoas por conta de barracas de comidas e shows aos finais de semana. Assim, poderíamos dar uma força na padaria que reabriria ao público.
Bom, a proposta foi feita enquanto nos banhávamos no Rio Sono, depois de uma caminhadinha com uma visão linda. Claro, aceitamos!







E o que seria alguns dias, se estendeu por 2 meses...


E durante esse tempo o que rolou?

















Aprendemos a fazer uns pães, pão de queijo, aperfeiçoamos a tapioca, nossa companheira de estrada e a comida vegetariana.

Recebemos também a visita do "Herb do Cerrado", fusquinha que seria recuperado pra transportar os equipamentos para a galera do rafiting.







Vini treinou remada com o bote no rio Sono, fez rafting com a galera e até trekking no cerrado. Apareceu até um trampinho de motorista.












E claro muita prosa, muita mesmo, ora com a galera que passava pela padaria e perguntava pela Gertrudes, ora com a galera da região que nos contava sobre os costumes e sobre as belezuras do Cerrado.

Também rolava aquela chateação quando sabíamos que cada vez mais o agronegócio tem avançado e destruído o cerrado.

Enquanto tudo isso rolava, vez ou outra nos preocupávamos com a estrada que pegaríamos para ir embora, ora estava boa, ora ruim. Afinal, são 160 quilômetros de areia e atoleiros.

Até para não ficarmos neuróticos com isso, fizemos nossa despedida com a Ju e fomos conhecer o Fervedouro do Alecrim, bem próximo de onde estávamos. Ô que belezura!











Quando finalmente decidimos ir embora, fomos abastecer no posto da cidade, que já havíamos comentado que não era bem um posto...e aí nossa surpresa.
Logo na saída do posto, a Gertudes morreu e voltou a padaria com muito custo. Depois de estacionada não funcionou mais.

Aí sim bateu o desespero, o que será?

Por sorte o vizinho era mecânico e por boa vontade veio dar uma olhada na Kombi, após mexer daqui e mexer dali o veredicto: Moço, isso aqui num é gasolina não, sente o cheiro.

Quando tiramos um pouco da “gasolina” do tanque, que decepção!
O que faríamos?
Água e "gasolina" quase da mesma cor
Decidimos ir ao posto reclamar e o dono do posto queria ver com os próprios olhos, veio até a Gertrudes e alegou que não havia recebido nenhuma reclamação do combustível. Mas, que entraria em contato com seu fornecedor e conversaria a respeito e depois nós o procurávamos.

No dia seguinte retornamos ao posto e ele se isentou de qualquer responsabilidade, alegou inclusive que o problema seria nosso veículo, que provavelmente estava com problemas, pois já havíamos procurado por um mecânico na cidade.


Claro que procuramos, depois de abastecer a Kombi não funcionava.

Ele então entrou em contato com seu fornecedor e explicou o ocorrido, a pessoa do outro lado passou um telefone provavelmente de um SAC e orientou que entrássemos em contato.


Bom , a essa altura o dono do posto e sua esposa estavam alterados e diziam que sua gasolina não era o problema, retomando que não havia recebido qualquer outra reclamação.

Quisemos deixar claro que o problema não era com ele e sim com o combustível que ele estava comercializando, inclusive afirmamos que outros veículos não sentiriam problemas por serem injeção eletrônica.

Afirmávamos que não ficaríamos no prejuízo, pois havíamos conversado com outras pessoas que tiveram o mesmo problema, mas que por receio não procuravam por ele, pois tinham “medo” sendo ele dono do único posto de combustível da cidade.

Insistíamos que queríamos a devolução do dinheiro, e ele afirmava que não o faria. Daí solicitamos a nota fiscal, para procurarmos nossos direitos e ele não emitia.
Pedimos então que ele fizesse o teste no combustível para que pudesse atestar o que alegávamos e ele não tinha o material para o teste. Possuía apenas o teste que o motorista entrega assim que traz o combustível.

O proprietário estava cada vez mais alterado, como se o tivéssemos ofendendo.
Quando sugerimos que ele providenciasse uma nota fiscal e um código do consumidor para que então verificássemos nossos direitos junto a órgãos como ANP, Procon e afins. Sua esposa, finalmente cedeu...concordou que devolveria o valor que pagamos, assim que devolvêssemos o combustível.

O frentista do posto nos acompanhou até a Gertrudes e no caminho apanhou um outro rapaz na rua que o auxiliaria, eis que o rapaz não sabia do ocorrido, mas foi ele quem começou a extrair o combustível do tanque e sua primeira reação foi: Ô moço isso aqui não é gasolina não!

Nesse momento nada mais foi dito, a “gasolina” voltou pro posto e o valor que pagamos para a carteira.

Enfim, a Gertrudes ainda não estava funcionando e por fim não tínhamos de onde comprar combustível. E agora José?

A essa altura a maioria das pessoas da cidade já estavam envolvidas com a situação, quem passava pela rua parava e comentava a respeito, dava um pitaco do que poderíamos verificar no motor, até que um vizinho informou que um rapaz na cidade vende gasolina.

Fomos atrás dele e compramos um pouco de gasolina para testar e apesar de não ser combustível de um posto, tinha toda a aparência e cheiro de gasolina rsrs.

Começou uma operação hahaha....Vini assistia um vídeo no youtube e testava na Gertrudes, assistia outro e testava, depois o mecânico vinha e tentava algo diferente.

Bom, todos esses testes já perduravam uma semana e nós só pensávamos em como sair de São Félix.
Foi quando pedimos um help em grupos do facebook e cada um sugeriu algo, e todas as sugestões foram verificadas, assim como todas as hipóteses levantadas pela galera que passava pela rua e em todos os vídeos do youtube.

A Gertrudes ainda não funcionava, mesmo já tendo sido visto todo o motor e parte elétrica.







Até que testamos a Gertrudes com outra bobina e acabamos por incendiar o cano de descarga, um baita susto. Mas, depois disso ela começou a soltar uns tiros e finalmente deu sinal de vida. 
Ela funcionou! \o/

Só faltou soltarmos rojões hahah...com certeza comemoramos!

Pronto, vamos embora no dia seguinte, mas como tudo em São Félix do Tocantins tem um tempo próprio, como diz a Ju. Não poderíamos ser tão afoitos assim.


Testamos mais vezes a Gertrudes e ao que tudo indica ela havia se recuperado.

Mas, nessa prosa toda que rolou com os vizinhos, uma galera que trabalha na prefeitura sugeriu que verificássemos a possibilidade de irmos embora com o caminhão que faz o transporte de suprimentos da prefeitura. Para isso deveríamos ir até a prefeitura e agendar a data.

Pensando que estávamos receosos em sua recuperação 100% e que realmente a estrada não brinca em serviço, ficamos balançados.

Pensamos e optamos em tentar esse transporte, fomos a prefeitura explicamos todo o causo e o responsável informou que a próxima saída até Palmas, já teriam um carro para levar, chegando lá o caminhão iria para mecânica e quando retornasse seria nossa vez. Ufa!

Já imaginaríamos que não seria tudo a toque de caixa, demoraria a manutenção do caminhão em Palmas, assim como retornar a São Félix e depois então sair de novo.

Ou seja, lá se vai de uma semana pra cima. E cá estamos aguardando essa carona com o caminhão, prometida para o próximo domingo (07/08).

Pois é, ainda estamos por aqui. Mas, pelo menos estamos em dia com vocês hahah...

Até as próximas novidades!

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