quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Partiu, Brasília!

Partimos rumo à Vila de São Jorge depois de passarmos alguns dias descansando e curtindo as cachoeiras.

O caminho é fascinante: chapadões a perder de vista e muitas veredas, ficamos extasiados com a visão. Pelo cerrado, as paisagens são muito parecidas: chapadas, árvores frutíferas e areia, e a mistura de tudo isso que deixa o cenário lindo.

Chegando em São Jorge, porém, não sentimos o ar “roots” que todos tanto falam - achamos bastante comercial na verdade. Pousadas, restaurantes, bares em todas as ruas, que por sinal apresentavam valores salgadinhos, muito longe do nosso alcance. Essa é uma das partes ruins de viver com o $ contado: não podemos aproveitar a gastronomia local ou parar para tomar aquela cervejinha naquele barzinho que parece aconchegante.

Estacionamos a Gertrudes e andamos um pouco. Vila pequena, muitas árvores frutíferas nas praças com plaquinhas indicando o nome, coisa bem bacana.

Sentamos na praça meio que desolados, pois o horário de entrada no Parque Estadual da Chapada dos Veadeiros já havia passado, e só conseguiríamos visitar no dia seguinte. Pensamos um pouco e, avaliamos nossas opções, que seriam voltar a Alto Paraíso - GO, já que por ali não encontramos um lugar bacana para estacionar, ou seguir viagem e tentar aproveitar o fim de semana na próxima cidade... sem muito pestanejar, decidimos: pé na estrada para Brasília-DF.

Capital do país :D 

A estrada nos mostrava o quanto a Gertrudes estava debilitada. Nas subidas ela perdia força e chegava a andar em torno de 15km/h. Era triste, mas ela tinha que aguentar até o RJ, e ela sabia disso.
Por outro lado, andar em menor velocidade nos deixava menos preocupados com o facão que havia sido soldado recentemente (lembra?).

Vini havia entrado em contato com um amigo, o Felipe, que conheceu em 2015 durante sua passagem para o Congresso Nacional da Juventude. Ele estava embarcando naquele dia para uma viagem aos EUA, mas mesmo assim se dispôs a nos receber. Teríamos que chegar em Brasília antes dele embarcar, mas com a Gertrudes fraquinha seria difícil.

Comemos asfalto o dia todo para conseguir chegar a tempo. Chegando em Brasília, aquela mesma agonia de sempre ao chegar em cidade grande: o fluxo intenso de carros e não saber a localização exata sempre geram uma agonia.

Depois de nos perdermos algumas vezes, chegamos no início da noite....UFA! Ficaríamos na casa do Felipe enquanto ele viajava para cuidar do lugar. Foi só o tempo de uma cervejinha num bar próximo de sua casa e ele já precisava seguir para o aeroporto. A pergunta agora era: como voltar para casa?

Para quem não conhece, Brasília-DF é uma cidade projetada. A princípio, o entendimento de ruas e bairros pode parecer muito simples, mas não é tão fácil assim.

A casa ficava em uma cidade satélite, que é como um bairro, e estávamos no Plano Piloto, que é como o centro da cidade.  Se pra você foi difícil de entender imagine nossa situação naquele momento tentando se localizar...

Confuso? Magine...

Após algumas explicações do Felipe conseguimos seguir caminho. Quando chegamos, reparamos que ali próximo tinha um restaurante muito movimentado, e pensamos que seria um lugar excelente para vender os brigadeiros. Conversamos com o gerente, que foi muito receptivo e nos permitiu abordar os clientes. Eba!

Estávamos planejando ir até um encontro de carros antigos que aconteceria no Parque da Cidade, então demos uma bela geral na Gertrudes. Tiramos toda a terra conquistada na Chapada dos Veadeiros e deixamos ela brilhando e cheirosa (rs).

Ficamos sabendo, porém que, o grupo que organizava o encontro havia se separado, então decidimos participar de um encontro do grupo de CouchSurfing de Brasília, onde poderíamos aproveitar para vender brigadeiros.

Eis que no dia em que deveriam acontecer o encontro de carros antigos e do CoushSurfing um fusquinha passou ao nosso lado e nos cumprimentou.  Passamos em frente a um dos estacionamentos do Parque e avistamos alguns carros antigos estacionados e algumas pessoas acenando para gente se juntar a eles.

O povo cercou a Gertrudes e começou a nos perguntar de onde éramos e o que estávamos fazendo por ali. Contamos nossa história e eles ficaram maravilhados, e nós boquiabertos com os diversos carros lindos e em perfeito estado.

Gertrudes e as amigas (rs)

As celebridades do rolê hahaha
Ficamos a tarde toda por lá. O grupo, conhecido como VW Boxer, fez pão com linguiça, símbolo dos encontros, e fizeram questão que confraternizássemos com eles. No fim, ouvimos e contamos causos e nem participamos do encontro do CoushSurfing.

Como não vendemos nenhum brigadeiro a tarde, como planejado, corremos para o restaurante badalado. Só que quando oferecíamos os clientes mostravam a mesa cheia de outras coisas que haviam comprado de outras pessoas que haviam passado por ali mais cedo, como balas, poemas e cartões. “Se tivessem chego mais cedo, até compraríamos”, diziam.

Mesmo assim, a maioria dos brigadeiros foram vendidos. Passamos algumas horas por lá esperando novos clientes chegarem e valeu a pena.  O resto que sobrou ficou por nossa conta (rs).

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